Ayden Mallory and Ennio Leone fuck on the porch

O estúdio de Ayden Mallory cheirava a tinta a óleo e terebintina. Cavaletes ocupavam cada centímetro de espaço, segurando telas que capturavam o caos vibrante da cidade – pichações em becos, o brilho molhado do asfalto sob a chuva, rostos anônimos na multidão. Ayden era um cronista da metrópole, um arqueólogo do presente.

Ennio Leone era seu oposto. Seu mundo era a sala de concertos, polida e reverberante. Como primeiro violoncelista de uma orquestra sinfônica, sua vida era regida por partituras centenárias, por notas dispostas em perfeita ordem. Seus dedos, que extraíam emoções profundas das cordas do instrumento, eram meticulosos e controlados.

Moravam no mesmo prédio antigo, de paredes finas. Ayden ouvia os longos e solitários ensaios de Ennio, as mesmas escalas repetidas até a perfeição. O som era um rio profundo e constante que fluía através do reboco rachado. Para alguns, seria um incômodo. Para Ayden, tornou-se a trilha sonora de seu trabalho. Ele começou a pintar ao som daquele violoncelo.