Camillo Beischel and Bob Coogler fuck raw
O mundo de Camillo Beischel era um de silêncios eloquentes e precisão milimétrica. Como um dos principais restauradores de livros raros da Biblioteca Nacional, suas mãos trabalhavam com a delicadeza de um cirurgião, salvando textos centenários do pó e do tempo. Sua vida era um reflexo de seu trabalho: organizada, solitária e dedicada à preservação do passado.
O mundo de Bob Coogler era um furacão de som, cor e vida. Dono de uma pequena butique de discos de vinil especializada em funk e soul dos anos 70, Bob era um contador de histórias. Sua loja era um caos organizado de capas coloridas, e ele conhecia a história por trás de cada sulco, de cada sample, de cada artista obscuro. Sua vida era um convite para dançar, mesmo que sozinho.
Seus universos colidiram na biblioteca. Bob apareceu um dia, um tanto deslocado em seu blusão vintage, carregando uma pilha de diários e partituras amareladas que pertenceram ao seu tio-avô, um músico de jazz sem nome na história, mas um gênio para quem o ouvia. Os papéis estavam frágeis, manchados de café e vinho, à beira de se desfazerem.
“Preciso de um milagre,” Bob disse, seus olhos, normalmente brincalhões, sérios. “É a única coisa que sobrou dele.”
Camillo examinou os documentos com uma expressão impenetrável. “O ácido do papel está avançado. E as manchas são complexas.”
“Mas é possível?” Bob insistiu, sua voz carregada de uma esperança que fez Camillo hesitar.
“Difícil. E caro.”
“O dinheiro eu consigo. A paciência e a habilidade… isso só o senhor tem.”
Aquela fé cega, e um tanto irresponsável, tocou algo em Camillo. Ele aceitou o desafio.
As semanas se transformaram em um ritual. Bob aparecia na biblioteca toda sexta-feira, sem falta, para ver o progresso. Ele não vinha apenas ver os papéis; vinha ver Camillo. Trazia um sanduíche extra, um café, um single raro que ele “jurava que Camillo precisava ouvir”.




