Dante Rossi and Julian Isaza – stopping home for a fuck

A galeria de arte de Dante Rossi era um templo de branco e silêncio. Cada quadro era um estudo em contenção, onde formas geométricas austeras e cores sóbrias dialogavam em perfeito equilíbrio. Dante, com seus ternos impecáveis, era o sumo sacerdote desse mundo controlado. Sua vida era uma obra de arte minimalista, onde cada emoção era meticulosamente enquadrada e suprimida.

O estúdio de Julian Isaza era o oposto. Um caos criativo no último andar de um prédio antigo, cheirava a tinta spray, óleo e café forte. Suas telas eram explosões de cor, rabiscos furiosos e figuras distorcidas que gritavam angústia e paixão. Julian, com as mãos sempre manchadas e roupas desgastadas, era um vulcão de sentimentos brutos. Sua arte era confessional, um diário público de suas tormentas.

Seus mundos colidiram na abertura de uma exposição coletiva. A obra de Julian, um retrato visceral e quase grotesco intitulado “Despedaçado”, foi pendurada, por um capricho do curador, ao lado de uma composição serena e gelada de Dante, “Equilíbrio Nº 5”.