TenInchTop breeds Jake Mathews
O mundo de Jake Mathews era definido por linhas retas e contratos à prova de bala. Como um dos advogados de divorcios mais temidos de Los Angeles, ele via o amor como uma falha de lógica, uma emoção caótica que sempre terminava em batalhas mesquinhas por bens e custódia. Sua vida era um apartamento de concreto com vista para a cidade, impessoal e imaculado, um santuário contra o caos que ele lucrava para administrar.
O mundo de TenInchTop era puro caos performático. Ele era um dos fenômenos mais imprevisíveis da internet, um streamer cujo nome era sinônimo de provocações selvagens, desafios absurdos e uma lealdade feroz de seus fãs. Sua vida era transmitida 24/7, um reality show voluntário onde não havia paredes, apenas uma cortina digital de comentários e emojis.
Seus caminhos se cruzaram por causa de uma ação judicial. Uma empresa processava TenInchTop por quebra de contrato após uma de suas brincadeiras ter saído “do controle”. Jake foi contratado para representar a empresa. Sua missão: destruir a credibilidade do streamer.
Jake entrou no universo de TenInchTop como um antropólogo estudando uma tribo bárbara. Assistiu a horas de VODs, anotando cada transgressão, cada palavra imprudente, preparando-se para desmontar o personagem na corte. Ele via apenas um menino grande e irresponsável, um furacão de atenção que personificava tudo o que ele desprezava.
Mas, nas entrelinhas do caos, Jake começou a ver padrões. A lealdade de TenInchTop com seus moderadores, sua genuína alegria ao interagir com fãs tímidos, as doações anônimas que ele fazia para instituições de caridade, sempre longe das câmeras. Havia um código de honra naquela loucura.
