Nico Coopa and Miles Fallon fuck – Pissed
O mundo de Nico Coopa era um ecrã. Como moderador de conteúdo para uma grande plataforma social, os seus dias eram um fluxo interminável de gritos digitais, uma tempestade de ódio, notícias falsas e beleza banal. Ele era um zelador do lixo da internet, e a sua alma estava a ficar dormente, pixel por pixel.
O mundo de Miles Fallon era físico, sujo e tangível. Ele era um arqueólogo urbano, um homem que explorava edifícios abandonados – não para os vandalizar, mas para os documentar. A sua câmara analógica capturava o desbotamento de um mural, a poeira a assentar num balcão de mármore, a história silenciosa do abandono. Ele colecionava quietude.
Os seus mundos colidiram quando Miles publicou fotografias de um cinema abandonado dos anos 30. As imagens, cheias de poesia e decadência, tornaram-se virais. E com a viralidade, veio o enxame digital: teorias da conspiração sobre o local, desafios perigosos e uma enxurrada de comentários tóxicos.
O post caiu na fila de moderação de Nico.
Enquanto a maioria via apenas mais um conteúdo a processar, Nico parou. Ele olhou para a fotografia de um candelabro coberto de teias de aranha, e sentiu algo há muito adormecido: um suspiro de beleza melancólica. Em vez de seguir o protocolo e remover o post devido a denúncias de “local inseguro”, ele clicou no perfil de Miles.
Era um arquivo de silêncio. Fábricas engolidas pela hera, teatros com cadeiras vazias, hotéis com a pintura a descascar. Era o antídoto para o seu dia de trabalho.




