Kevin Warhol and Andre Boleyn suck eachother
O estúdio de Kevin Warhol cheirava a tinta e a café queimado. Era um caos organizado, com telas pintadas de cores violentas e sombrias apoiadas em todas as superfícies. No centro daquele turbilhão, Kevin era um furacão de ideias, sempre com os dedos manchados de carvão e um olhar que via o mundo em ângulos que ninguém mais conseguia enxergar.
Andre Boleyn era o oposto. Trabalhava como restaurador no museu da cidade, um homem de movimentos precisos e paciência de ourives. Seus dias eram passados sob a luz suave dos holofotes, devolvendo a vida a pinturas antigas, camada por camada, com uma delicadeza que beirava a reverência.
Eles se encontraram no museu. Kevin foi obrigado a visitar uma exposição de retratos renascentistas, arrastado por um amigo que insistia que ele “precisava sair da toca”. Enquanto todos admiravam a dama de vermelho na tela principal, Kevin ficou hipnotizado pelo homem de jaleco branco que, em uma sala anexa, trabalhava silenciosamente na asa de um anjo de um afresco menor.




