Kane Archer jerks off as Pikachu
O mundo de Kane Archer era um de precisão e silêncio. Fotógrafo de vida selvagem, seus dias eram passados em blinds, esperando horas por um único clique perfeito. Sua vida era solitária, regida pela paciência e pelo respeito absoluto pelo momento certo. Ele capturava a verdade crua da natureza, mas sua própria vida parece faltar um pouco de cor.
Tudo mudou durante uma expedição nas montanhas. Enquanto esperava a aparição de uma águia rara, um som inesperado quebrou o silêncio: alguém cantarolando. A voz era desafinada, alegre e completamente fora de lugar.
Intrigado, Kane saiu do seu esconderijo e encontrou Elara, uma bióloga, sentada em uma clareira, tentando, sem sucesso, consertar um drone de pesquisa que havia caído em um arbusto. Ela estava coberta de terra e rindo da própria falta de jeito.
— Você está assustando todos os animais num raio de cinco quilômetros — Kane disse, mais surpreso do que irritado.
Ela ergueu os olhos, sem um pingo de remorso. — Ótimo! Assim eles vêm me ver mais rápido. Estou perdida.
A lógica era tão caótica e tão encantadora que Kane não conseguiu evitar um sorriso. Ele a ajudou a encontrar o caminho de volta, e com cada passo, Elara quebrou a barreira de silêncio que ele mantinha há anos. Ela falava sobre a simetria das folhas, a personalidade dos esquilos e a poesia das nuvens.
Kane, que sempre observava a vida através de uma lente, estava agora sendo forçado a vivê-la. Elara o arrastava para aventuras: observar castores à meia-noite, procurar cogumelos bioluminescentes. Ele, que sempre buscava o momento perfeito, estava agora se afogando em momentos espontâneos e imperfeitos.
Ele a ensinou sobre a luz, sobre a paciência. Ela o ensinou sobre o caos, sobre a beleza de um plano que dá errado.
O amor foi se revelando como uma foto em uma câmara escura, lentamente, até ficar nítido. A confissão aconteceu em um amanhecer gelado. Eles estavam em um penhasco, esperando o nascer do sol. Kane, como sempre, estava atrás da câmera.
— Sabe — Elara disse, observando o horizonte —, você passa a vida todo esperando o momento perfeito. Mas e se ele já estiver aqui?
Kane baixou a câmera e olhou para ela. O vento bagunçava seu cabelo, e o primeiro raio de sol iluminou seu rosto. Era uma imagem mais bonita do que qualquer outra que ele já tinha capturado.




