A Great Video Deserves A Great Backstage – Alex Sir, Emi Brown, Joris Leonard
O silêncio na biblioteca do *Starweaver* era tão profundo que se podia ouvir o zumbido dos dutos de ventilação. Alex Sir ajustou os óculos, seus dedos deslizando sobre os holotextos que flutuavam diante dele.
— A anomalia não é natural — ele declarou, sua voz um sopro calmo no ambiente contido. — Os padrões de energia são demasiado regulares. São… linguísticos.
Emi Brown soltou um riso abafado de sua estação de engenharia, onde seus pés descalços repousavam sobre um painel aberto, fios coloridos saindo como raízes de metal.
— Linguísticos? Tá brincando, Alex. Parecem mais com os soluços do motor do Joris depois de uma noite no hidromel.
Joris Leonard, um homem largo cujas mãos pareciam feitas para esmagar rochas, não desviou os olhos do vasto vazio estelar além do vidro à prova de impacto.
— Meu motor está bem, Brown. E eu não bebo hidromel desde aquele incidente em Proxima Centauri. — Ele franziu a testa. — E aquela coisa… seja o que for… está nos seguindo.
Alex ignorou a troca de farpas. Ele era o cérebro da operação, o decifrador de códigos. Emi, o coração e as mãos que mantinham o *Starweaver* unido. E Joris… Joris era o rochedo, o instinto puro que os mantinha vivos em situações onde a lógica falhava.
— Não está nos seguindo — Alex corrigiu, sem levantar os olhos dos dados. — Está nos *canalizando*. Como um rio contornando pedras. Está nos levando para algum lugar.
— Ótimo — resmungou Emi, chutando o painel para fechá-lo. — Adoro um passeio guiado pelo desconhecido. Especialmente quando o guia é um borrão de energia que desfaz a matéria. Muito acolhedor.
De repente, todos os painéis do cockpit piscaram em um vermelho urgente. Um alarme baixo ecoou.
— Fale cedo demais — Joris rosnou, suas mãos pairando sobre os controles. — A coisa está se acelerando. Formando… uma bolha à frente.
Alex finalmente ergueu a cabeça, seus olhos refletindo a luz dançante da anomalia.
— Não é uma bolha. É uma porta. As oscilações… é um convite. Ou um teste.
— Teste para quê? — perguntou Emi, agora séria, seus pés encontrando o chão.
— Para ver se somos dignos de entender — respondeu Alex, sua voz tomada por um fascínio perigoso.
— Eu não confio — disse Joris, sua voz um baixo profundo que fazia o chão vibrar.
— E eu não confio nos seus instintos de navegação, Joris, mas aqui estamos — Emi retrucou, já com um scanner de espectro na mão. — Alex, você pode decifrar esse “convite”? Porque se não puder, o Joris vai tentar atirar na porta, e isso nunca termina bem.
Alex Sir não respondeu. Seus dedos dançavam no ar, reorganizando os padrões de energia. Ele estava no seu elemento, um reino de lógica pura e beleza matemática.
— Joris — ele disse, sem emoção. — Mire para a coordenada exata que estou enviando. Não para destruir. Para… ressoar.
Joris olhou para Emi, que encolheu os ombros.
— É o cérebro, grande homem. Vamos fazer como o cérebro diz.
Com um grunhido de desaprovação, Joris inseriu os comandos. Um feixe de energia pura, sintonizado na frequência exata que Alex havia calculado, disparou da proa do *Starweaver*.
Em vez de uma explosão, houve um silêncio súbito. A anomalia parou de pulsar. Por um momento, o universo pareceu conter a respiração.
Então, a “porta” se abriu.




