Onde comi um, come dois, que tesão!

A cidade de Ferrum vivia sob o som dos martelos e o brilho laranja das forjas. Lá, a força era a única moeda que importava. No coração da cidade, um jovem chamado **Fit** era uma decepção. Enquanto outros seus braços eram grossos e nodosos como raízes de carvalho, os de Fit eram finos e ágeis, feitos mais para manejar uma pena do que uma espada. Ele era rápido, sim, e incrivelmente ágil, mas na cidade da força bruta, sua agilidade era tratada como fraqueza.

Seu irmão mais velho, **Ares**, era o oposto. Um titã de músculos e determinação, cujo nome ecoava respeito e um pouco de medo. Ares era o campeão não oficial de Ferrum, vencedor de todos os confrontos de força. Ele amava o irmão, mas não entendia sua natureza.

“Por que você não treina com os pesos, Fit?” perguntava Ares, sua voz um eco profundo. “A força é tudo que temos.”

Fit balançava a cabeça, seus olhos perspicazes observando os movimentos dos lutadores. “Há mais de uma maneira de vencer, irmão. O rio é mais forte que a rocha não pela força, mas pela flexibilidade.”

Ares ria, um som boquiaberto e caloroso, mas não convencido.

O Festival do Martelo chegou, o evento mais importante do ano. O vencedor teria a honra de forjar a lâmina que protegeria a cidade. Ares era o favorito absoluto. No duelo final, ele enfrentou um forasteiro enorme e brutal, que não lutava com honra, mas com truques sujos. Ares, dependendo apenas de sua força, caiu em uma armadilha, torcendo o tornozelo e ficando imobilizado no chão, à mercê do golpe final do forasteiro.

A multidão gritou de horror. Ares, o invencível, estava prestes a ser derrotado.

Foi então que um vulto rápido surgiu da plateia. Era **Fit**. Com a agilidade de um furacão, ele se moveu entre as pernas do forasteiro, usando um pedaço de corda que carregava. Ele não tentou enfrentar a força do homem com a sua; em vez disso, amarrou seus pés com nós rápidos e complexos, feitos não com força, mas com destreza. O gigante, confuso e desequilibrado, cambaleou e caiu com um baque surdo, derrotado não por um golpe, mas por sua própria imobilidade.

O silêncio na arena foi quebrado por um único aplauso. Era de Ares, que, mesmo ferido, olhava para o irmão com uma admiração completamente nova.

Fit ajudou Ares a se levantar. O irmão mais velho colocou uma mão pesada no ombro frágil do mais novo.

“Eu estava errado, irmão”, disse Ares, sua voz carregada de uma nova emoção. “A força sozinha é como um martelo sem cabo. É poderosa, mas descontrolada. Sua agilidade, sua mente… é o cabo que direciona o golpe.”

Daquele dia em diante, a cidade de Ferrum não venerou apenas a força bruta. Eles aprenderam a valorizar a **agilidade** de Fit. Os irmãos se tornaram lendas juntos, não como opostos, mas como complementos. Eles eram **Aresfit**: a força inabalável e a agilidade incansável. E juntos, forjaram não apenas armas, mas uma nova era para sua cidade, onde cada talento, duro ou flexível, tinha seu valor.