Papixtong, Javi and Ram have a hot threeway flip fuck
O ar no Templo de Xibalba cheirava a terra molhada e incenso de copal. Papixtong, um guerreiro Jaguar com o rosto marcado pelas batalhas, ajoelhou-se diante do altar de pedra. Seu coração, tão firme em combate, estava dividido como um coco caído.
— Grandes Espíritos — sussurrou, suas mãos calejadas tremendo levemente —, mostrem-me o caminho. Eu os amo a ambos.
Do lado de fora, à sombra de uma ceiba centenária, Javi e Ram aguardavam.
Javi era o filho do sacerdote. Seus olhos eram tão escuros e profundos quanto o *cenote* sagrado, e suas mãos, que manuseavam os códices com reverência, conheciam a linguagem das estrelas e das ervas medicinais. Sua paixão era quieta, um rio subterrâneo de devoção.
Ram era um mercador do litoral. Trazia conchas do mar, sal e histórias de terras distantes. Seu riso era alto e contagiante, quebrando a solenidade do templo como a luz do sol rompendo a copa da floresta. Seu amor era uma oferenda aberta, um presente valioso colocado nas mãos de Papixtong.
E Papixtong, o guerreiro, estava preso no meio. Como escolher entre a serenidade da noite de Javi e o calor do dia de Ram? Como decidir entre a sabedoria ancestral e a promessa do novo?
Naquela noite, durante a festa do fogo novo, a tensão chegou ao auge. Javi, normalmente tranquilo, confrontou Ram.
— Você o distrai com suas trivialidades — acusou Javi, sua voz um silvo baixo. — Suas histórias são como fumaça, não alimentam o espírito.
Ram riu, mas não havia alegria no som.
— E você quer engaiolá-lo em suas tradições e proibições. Seu amor é uma cela, sacerdote.
Papixtong os ouviu, e seu coração doeu mais do que qualquer ferida de obsidiana. Ele se afastou da aldeia, caminhando até a beira do *cenote*. A lua se refletia na água escura, uma faca prateada. Ele pegou um seixo liso e o atirou no centro do reflexo, dissipando a imagem.
O ato trouxe uma clareza repentina.
Ele voltou para a clareira onde os dois ainda discutiam. Sem uma palavra, ele pegou a mão de Javi, sentindo a pele suave e fria do estudioso. Então, pegou a mão de Ram, sentindo as palmas ásperas e quentes do viajante. Ele os uniu, forçando suas mãos a se encontrarem sobre as suas.
Os dois homens ficaram chocados, em silêncio.
— Eu não sou um coco para ser partido ao meio — declarou Papixtong, sua voz ecoando com uma força que não usava desde o campo de batalha. — E meu coração não é um altar com espaço para apenas uma oferenda.
Ele olhou para Javi.
— Eu amo a sua calma, Javi. Amo a profundidade dos seus conhecimentos. Você é minhas raízes.
Ele então olhou para Ram.
— E eu amo o seu fogo, Ram. Amo a liberdade que você traz. Você são minhas asas.
Ele apertou as mãos deles.
— A escolha que os espíritos me mostraram não é entre um ou outro. É uma escolha de coragem. A coragem de amar de um modo que nossa aldeia talvez não entenda. A coragem de construirmos algo novo.
Javi e Ram se entreolharam, suas mãos ainda unidas pelas de Papixtong. A raiva e o ciúme derretiam, substituídos por uma hesitação curiosa. Eles viram a dor e a determinação no rosto do guerreiro. Viram o amor puro e destemido que ele oferecia a ambos.
Ram foi o primeiro a sorrir, um sorriso pequeno e vulnerável.
— Raízes e asas… — ele murmurou. — Soa como um bom equilíbrio para um guerreiro.
Javi fechou os olhos por um momento, como se consultando às estrelas. Quando os abriu, seu olhar estava sereno.
— O coragem é a maior virtude — ele disse, sua voz suave novamente. — E o amor… o amor deve ser tão vasto quanto o céu.
Naquela noite, sob a lua que não mais se refletia partida no *cenote*, os três permaneceram de mãos dadas. Não era um triângulo de tensão, mas um círculo completo. Uma nova história estava sendo escrita, não nas páginas de um códice, mas nas linhas de suas mãos entrelaçadas, uma promessa silenciosa de um amor que era, em si mesmo, uma lenda nascendo.




