Harrison Feels and Ali Rush fuck – Measuring Up

O metrô de Nova York era o palco de um balé de solidões. Harrison Feels conhecia cada passo. Todas as manhãs, ele pegava o trem da linha L em Williamsburg, fones de ouvido abafando o mundo, seu caderno de esboços aberto no colo. Ele era um ilustrador de livros infantis, um criador de mundos coloridos que habitava um universo interno em tons pastel, enquanto o exterior era cinza e apressado.

Ali Rush era o contrabaixo nessa sinfonia caótica. Todas as manhãs, ela entrava no mesmo vagão, sempre atrasada, sempre com uma xícara de café na mão e uma pasta cheia de projetos de arquitetura sustentável debaixo do braço. Seus sapatos eram práticos, seu rabo de cavalo era desleixado, e seus olhos verdes cintilavam com uma energia que desafiava a sonolência das 8h da manhã. Ela era um furacão de boas intenções e deadlines apertados.

Harrison a observava em segredo. Ele a desenhava nos cantos de suas páginas: a mulher do café e da correria, com um fone de ouvido caído no pescoço e uma expressão de determinação feroz. Ele a chamava, em sua mente, de “A Mulher-Procuração”.

Um dia, o destino (ou a física) interveio. O trem freou bruscamente em uma curva. Ali, distraída, tropeçou e todo o seu café quente despejou-se sobre o caderno aberto de Harrison.