Jeriko Leon (leonjeko) breeds another neighbor
Jeriko Leon era um homem de silêncios. Herdara de seu avô uma antiga livraria à beira-mar, um lugar empoeirado e mágico cheio de histórias sussurradas nas prateleiras. Seus dias eram iguais: abrir as portas, ordenar livros, ler nas tardes quietas e observar o oceano através da vitrine embaçada. Ele colecionava não apenas livros, mas também a paz solitária daquele lugar.
Até que um dia de tempestade, a paz foi quebrada.
A porta da livraria se abriu com violência, levando consigo um punhado de chuva e uma mulher encharcada. Ela tossiu, sacudindo os cabelos negros que grudavam em seu rosto, e seus olhos verdes, da cor do mar bravio, encontraram os de Jeriko.
“Desculpe a intromissão”, disse ela, a voz um tanto rouca. “O vento quase me levou junto com o guarda-chuva.”
Jeriko apenas acenou, oferecendo-lhe uma toalha limpa que guardava sob o balcão. Ela se apresentou: Leon. Apenas Leon. “Como o leão”, ele pensou, observando a força contida naquela figura esguia.




