From topping to bottoming – Artillero, Assen Alexander

O vento soprava frio sobre as ruínas de uma cidade que já fora grande. **Artillero** era um faroleiro em um mundo sem faróis. Ex-militar, seus dias eram gastos patrulhando o perímetro da comunidade com sua espingarda, seus olhos marcando cada sombra, seu coração um bunker fechado. Ele era a sentinela, o homem que todos agradeciam, mas ninguém se aproximava.

A paz precária foi quebrada pela chegada do forasteiro.

Ele veio do deserto, envolto em trapos e poeira. Chamava-se **Assen Alexander**. Um historiador, ou algo assim. Um homem de palavras, não de armas. Ele carregava uma mochila cheia de livros velhos e mapas de um mundo que não existia mais.

“Estou procurando a Biblioteca Central”, ele disse, sua voz era suave, um contraste gritante com o silêncio áspero daquele lugar. “Acredito que haja conhecimento lá. Coisas que podem nos ajudar a reconstruir.”

Artillero riu, um som seco e sem humor. “Só há ratos e fantasmas lá. E morte.”

Mas Assen era teimoso. Sua determinação não era agressiva como a de Artillero; era uma força tranquila e persistente, como a água desgastando a rocha. Ele falava de sementes resistentes, de purificação de água, de arquitetura perdida. Coisas que soavam como sonhos tolos, mas que, aos poucos, faziam os olhos dos mais jovens brilharem.

Contra todas as suas regras, Artillero se viu designado para ser o guarda-costas de Assen em sua missão suicida. Os primeiros dias foram de silêncio hostil. Artillero caminhava à frente, alerta, enquanto Assen observava tudo, anotando em um caderno, fascinado por uma hera que brotava no concreto rachado.