Fucking Nate Stetson – Nate Stetson, Romeo Davis XL
O saloon “O Alambique de Estanho” era o único ponto de luz em quilômetros de deserto poeirento. **Nate Stetson** era sua espinha dorsal. Ex-caubói, ex-prospector, ex-tudo. Agora, ele era apenas o dono do lugar, um homem de poucas palavras e olhos que guardavam mais histórias do que os livros de uma biblioteca. Sua vida era uma rotina de balcões limpos, copos polidos e o silêncio pesado do entardecer.
Até que **Romeo Davis XL** chegou.
Ele não veio a cavalo ou numa carroça. Veio num jipe moderno, levantando uma nuvem de poeira que ofuscou o sol poente. Romeo era um botânico da cidade grande, um homem de macacão limpo e tablet na mão, enviado para estudar uma rara flor do deserto que supostamente florescia apenas naquelas redondezas.
Era o oposto de Nate em cada respiração. Onde Nate era seco e calejado, Romeo era meticuloso e expressivo. Enquanto Nate conhecia o deserto pela sede e pelo sol, Romeo o conhecia pelas pétalas e pelos ciclos de vida.
Romeo entrou no saloon como uma tempestade de perguntas. “O senhor já viu a *Arenaria Lunata*? Ela tem pétalas prateadas que só brilham sob o luar.”
Nate, secando um copo, apenas balançou a cabeça negativamente. Mas algo na paixão daquele homem, na sua determinação absurda em encontrar beleza na aridez, tocou uma corda há muito adormecida em seu peito.
Contra seu próprio instinto, Nate se ofereceu para guiá-lo. Nos dias que se seguiram, os dois homens percorreram cânions e dunas. Nate mostrava a Romeo onde encontrar água, como ler as estrelas para se orientar. Romeo, em troca, mostrava a Nate um universo em miniatura: a resistência tenaz de um cacto, a complexidade de uma teia de aranha na areia, a beleza fantasmagórica da tal flor da lua, que eles finalmente encontraram numa noite de lua cheia.
Sob a luz prateada, a flor brilhava como um fragmento de estrela caído na terra. Romeo estava eufórico, seus olhos brilhando mais que a flor. Nate não tirava os olhos dele. Aquele homem da cidade, com seu jeito estranho e sua paixão contagiante, estava fazendo o deserto, o único lar que Nate conhecia, parecer novo outra vez.
O amor não foi um furacão. Foi como a flor do deserto: desabrochando lentamente, contra todas as probabilidades, na aridez. Foi no compartilhar de uma cantil, no braço estendido para ajudar a subir uma duna, no silêncio confortável que se instalou entre eles ao redor da fogueira.
A noite antes de Romeo partir, eles estavam no telhado do saloon, olhando para o mar de estrelas.
“Obrigado, Nate”, Romeo disse, sua voz suave quebrando o silêncio. “Você me mostrou que o deserto não é um lugar vazio. É um lugar cheio de vida… esperando para ser visto.”
Nate olhou para ele, o rosto de Romeo iluminado pela Via Láctea. Apertei o queixo, as palavras empacadas na garganta, presas por anos de solidão. Em vez de falar, ele estendeu a mão, uma mão calejada e forte, e tocou o rosto de Romeo com uma delicadeza que nem ele mesmo sabia possuir.
Romeo sorriu, um sorriso que rivalizava com o brilho da flor da lua, e inclinou-se para a frente.
E ali, sob um céu infinito, no meio da vastidão silenciosa, o caubói e o botânico encontraram um oásis um no outro. Um amor que provava que até o solo mais seco pode florescer, se regado pela água rara da compreensão.




