French Boy Fuckdown – Arno Antino, Jax Phoenix
O planeta era um tapete de cristais sob um céu cor de mel. **Arno Antino** era um xenobotânico, um homem cuja vida era dedicada à lógica silenciosa das plantas alienígenas. Seus dias na colônia Zeta-7 eram metódicos: catalogar, analisar, preservar. A solidão era um fato, não uma queixa.
Tudo mudou com o pouso de emergência da nave *Fênix*.
A aeronave irrompeu na atmosfera como um meteoro ferido, riscando o céu sereno com um rastro de fumaça e desespero. Arno, seguindo protocolo, correu para o local da queda.
Dos destroços fumegantes, emergiu **Jax Phoenix**. Ele não era um explorador científico. Era um correior interestelar, um contrabandista de lendas e mercadorias raras. Seu rosto estava marcado com fuligem, seus olhos ardiam com o fogo de quem desafiara a gravidade e perdera, mas sobrevivera.
“Minha carga”, foi a primeira coisa que Jax disse, tossindo. “Preciso salvar a carga.”
Arno, acostumado à ordem, ficou perplexo. O homem quase morreu e sua preocupação era com *coisas*?
A carga de Jax não eram armas ou tesouros. Eram esporos de uma flor bioluminescente de uma lua distante, uma espécie que se acreditava extinta. Algo belo. Algo que não tinha preço, apenas valor.
Enquanto Jax se recuperava na estação espartana de Arno, seus mundos colidiram. Arno, com sua paciência infinita e seu conhecimento profundo dos ecossistemas, ajudou Jax a revitalizar os esporos. Jax, por sua vez, trouxe para a vida ordenada de Arno histórias de nebulosas, de mercados flutuantes e de perigos escapados por um triz. Ele era o caos, a aventura, o sopro de ar fresco que Arno nem sabia que precisava.
O clímax chegou quando uma tempestade de radiação solar ameaçou a colônia. Todos foram ordenados a se abrigar nos refúgios subterrâneos. Arno estava a salvo, mas seu coração estava em pânico. As plantas de Jax, os preciosos esporos que eles haviam cuidado juntos, estariam expostas na estufa. Seriam destruídas.
Sem pensar, Arno correu contra o protocolo. Ao chegar à estufa, encontrou Jax já lá, envolvendo os vasos com mantas térmicas. Eles trabalharam em silêncio, sob o céu que começava a ferver, salvando a frágil beleza que os unira.
Quando a tempestade passou, ficaram sentados no chão da estufa, cercados pelas primeiras flores que desabrochavam, emitindo uma suave luz azul.
“Você arriscou sua vida por… plantas”, disse Jax, sua voz um sussurro de admiração.
“Você pousou aqui com uma nave em chamas e sua primeira preocupação foram elas”, Arno respondeu, um sorriso tímido tocando seus lábios pela primeira vez em anos.
Sob o céu alienígena, iluminados pelo brilho suave das flores que haviam salvado juntos, os dois homens se encontraram. Arno, o homem das raízes e da terra, e Jax, o homem dos céus e do fogo. E naquele planeta distante, descobriram que o maior tesouro não estava nas estrelas ou no solo, mas no espaço silencioso entre suas mãos se entrelaçando.




