AfroBlackXXX fucks ChrisyThatWalk
O mundo de **AfroBlackXXX** era digital, um reino de batidas pesadas e letras afiadas. Ele era um produtor de beats, um arquiteto de atmosferas sonoras que dominava as plataformas de streaming. Sua fama era anônima, escondida atrás do avatar estilizado e do nome enigmático. Sua vida real era um apartamento escuro, iluminado apenas pelas telas de seus monitores e pelo brilho vermelho de seus equipamentos.
O mundo de **ChrisyThatWalk** era físico, uma celebração de movimento e cor. Ela era uma dançarina, não em estúdios chiques, mas nas ruas, nos parques, onde a luz do sol poderia pegar seus reflexos. Seu instagram estava cheio de vídeos seus dançando, um testemunho de pura alegria em movimento. Seu nome era uma promessa: Chrisy era aquela que dançava, que “walk” era um andar cheio de ginga, um convite para o ritmo.
Seus caminhos se cruzaram no algoritmo.
AfroBlackXXX, em um raro momento de scrolling, viu um de seus vídeos. Ela não estava dançando uma das músicas famosas do momento, mas uma das suas batidas instrumentais mais antigas, uma que ele considerava perdida no vasto oceano digital. E ela não apenas dançava; ela *interpretava*. Seus movimentos de braços traduziam os sintetizadores, seus pés marcavam a batida pesada, seu sorriso capturava o sample de um vocal soul que ele tinha escondido na mixagem. Ela estava vestindo sua música.
Ele, normalmente um farol da discrição, comentou com mãos trêmulas: “Você entendeu.”
ChrisyThatWalk respondeu em minutos: “A música pede. É impossível ficar parada.”
Ele a seguiu. Ela seguiu de volta. Uma DM se tornou um fluxo constante de mensagens. Ele enviava trechos de novas batidas, não liberadas, só para ela. Ela respondia com vídeos dançando para elas, no corredor de seu prédio, na cozinha, no telhado ao pôr do sol. Ele era o som; ela era o movimento. Eles eram mídias complementares, uma conversa perfeita.
Mas o mundo digital é seguro. O real é assustador.
Ele temia que a persona “AfroBlackXXX” fosse mais interessante do que o homem por trás dela. Ela temia que o produtor de sucesso não se importasse com a garota que dançava em parques.
Eles marcaram de se encontrar sob o relógio da estação central, um clichê que parecia seguro. AfroBlackXXX chegou primeiro, o coração batendo no peito como um kick drum. E então ele a viu, não através de uma tela, mas em carne e osso. Chrisy não estava “performando”; ela estava apenas andando em sua direção, um sorriso tímido e familiar no rosto. Ela usava uma jaqueta com o logo de um de seus primeiros álbuns, que ele nunca tinha divulgado.
— ChrisyThatWalk? — ele perguntou, a voz mais suave do que ele imaginava.
— AfroBlackXXX? — ela respondeu, os olhos brilhando.
— Meu nome é Marcus — ele disse, abandonando a persona.
— Eu sei. Eu pesquisei os créditos naquela mixtape underground — ela confessou, sorrindo. — Eu sou Chrissy.
Ele riu, o som estranho e maravilhoso em seus próprios ouvidos. E naquele momento, sob o relógio, não houve necessidade de palavras ou de uma batida. Ele estendeu a mão. Ela a pegou. E eles simplesmente começaram a andar, o produtor e a dançarina, finalmente sincronizados no mesmo mundo, prontos para compor a música do que quer que fosse que viesse a seguir.




