Bolt_xTop and Thiago Lazzarato fuck

O estúdio de Thiago Lazzarato cheirava a tinta a óleo e café fresco. Como pintor, ele encontrava beleza nas pinceladas caóticas que preenchiam suas telas, mas sua vida amorosa permanecia um vazio que a arte não consegue preencher.

Todas as manhãs, enquanto preparava seus pincéis, observava pela janela um corredor que passava como um raio pelo parque. Rápido, elegante e consistente como um metrônomo. O chamava mentalmente de “Bolt” por causa da velocidade impressionante.

Durante semanas, esse ritual silencioso se repetiu. Até que um dia de chuva, o destino interveio. Enquanto Bolt corria sob a garoa, uma moto passou por uma poça, lançando água que atingiu uma das telas de Thiago, que secava na varanda do seu apartamento no térreo.

“Espere!” gritou Thiago, saindo apressadamente.

O corredor parou imediatamente, sua expressão de preocupação genuína. “Deus, me desculpe! Eu vi isso acontecer. Posso consertar de alguma forma?”

Essa foi a primeira conversa entre Thiago e o corredor, cujo nome verdadeiro era Bruno, mas que todos chamavam de “Bolt” no clube de atletismo onde treinava.

O conserto da tela levou a um café, que levou a um jantar. Thiago descobriu que por trás do atleta focado havia um homem divertido e sensível, que treinava para maratonas mas adorava poesia. Bruno, por sua vez, ficou fascinado pelo mundo de cores e emoções que Thiago criava.

“Você pinta com a mesma intensidade que eu corro,” Bruno observou uma tarde, observando Thiago trabalhar. “É como se ambos estivéssemos perseguindo algo que só podemos sentir, mas não ver.”

Thiago sorriu, pela primeira vez sentindo que alguém realmente o entendia.

O ápice de sua história aconteceu no dia da grande maratona. Thiago apareceu no quilômetro 32, onde sabia que os corredores enfrentam a famosa “parede”. Segurava uma pequena tela com uma pintura abstrata de Bruno correndo sob a luz do amanhecer.

Quando Bruno passou, exausto e duvidando de si mesmo, viu a pintura e o sorriso encorajador de Thiago. Naquele momento, encontrou uma força que não sabia que tinha.

Mais tarde, na linha de chegada, Bruno abraçou Thiago e sussurrou: “Você foi meu poste de luz hoje.”

E Thiago respondeu: “E você é a inspiração que minhas telas sempre procuraram.”

Descobriram que o amor, como a arte e o atletismo, é uma questão de encontrar o ritmo certo – nem sempre sobre ser o mais rápido, mas sobre saber quando parar para apreciar a beleza ao longo do caminho.