Loan Eliezer, Alex B – Why Don’t I Cream Your Ass on the Way
O vento soprava forte no alto do penhasco, carregando o cheiro do mar e o gosto salgado de despedida. **Loan Eliezer** segurava a carta de aceitação da universidade, suas bordas ameaçando voar de seus dedos. Era tudo o que ela sempre quisera: uma chance de estudar literatura em uma cidade grande, a milhares de quilômetros dali. Mas o papel, que deveria pesar como ouro, sentia-se leve como uma pluma, insignificante perto do peso em seu peito.
Seus olhos encontraram os de **Alex B**, que observava o horizonte, suas mãos enfiadas profundamente nos bolsos do casaco. Alex não precisava de palavras. Conhecia aquele olhar de Loan — o mesmo que ela tinha quando devorava um livro difícil, cheio de dúvidas e anseios.
— Você vai — disse Alex, sua voz uma extensão tranquila do vento. Não era uma pergunta, nem um lamento. Era um fato, simples e sólido como a rocha sob seus pés.
Loan engoliu em seco.
— É uma oportunidade única, Alex.
— Eu sei.
E Alex sabia mesmo. Enquanto Loan sonhava com versos e narrativas em terras distantes, Alex era a âncora da pequena cidade costeira. Herdara a oficina do pai e achava beleza na lógica silenciosa dos motores, no cheiro de graxa e gasolina. Seu mundo era prático, tangível. O de Loan era feito de sonhos e tinta.
Os meses seguintes foram um turbilhão. Loan mergulhou na vida acadêmica, em meio a livros empilhados e discussões fervorosas. Escrevia longas cartas para Alex, descrevendo a agitação da cidade, seus medos, suas pequenas vitórias. As respostas de Alex não eram longas narrativas, mas postais com fotos do farol, da oficina, do seu cachorro dormindo ao sol. Eram lembranças sólidas do mundo que ela deixara para trás.
A saudade era uma ferida surda. Loan sentia falta não de grandes gestos, mas da quietude ao lado de Alex. Da forma como ele consertava as coisas, com uma paciência que ela invejava. Da sua presença calma, que era um porto seguro em meio à sua tempestade interior.
Num inverno particularmente cruel, Loan quase desistiu. A cidade grande era barulhenta e solitária, e seus sonhos pareciam frágeis diante da realidade. Ela ligou para Alex, sua voz trêmula.




