Gael Kriok fucks Cleo Centrismo
O mundo de Cleo era regido por equilíbrio. Como arquiteta, sua filosofia—que colegas chamavam de “**Cleo Centrismo**”—era criar espaços de harmonia perfeita entre luz e sombra, concreto e natureza, função e beleza. Sua vida pessoal era um reflexo disso: horários imutáveis, decisões ponderadas, emoções sempre medidas.
**Gael Kriok** era o oposto.
Ele era um artista de som, um caçador de ruídos. Seu estúdio, no andar de cima do seu, era um caos criativo de caixas de ressonância, fios e instrumentos não convencionais. Gael não acreditava em harmonia, mas na beleza do dissonante. Ele gravava o “**gael kriok**”—o choro do gael, como ele brincava—de coisas quebradas: o rangido de uma porta enferrujada, o estalo de um galho seco, o suspiro de um velho violino com a corda estourada.
Para Cleo, ele era um furacão de som, uma perturbação constante em seu universo ordenado. Ela o evitava no corredor, abafava os ruídos com tampões de ouvido e considerou seriamente se mudar.
Até a noite em que a energia acabou no prédio.
Na escuridão silenciosa de seu apartamento perfeitamente equilibrado, Cleo se sentiu estranhamente deslocada. A falta do zumbido elétrico, do ponteiro do relógio, da própria luz, revelou um vazio que sua filosofia não preenchia. Foi então que um som começou a subir pelas paredes.
Era a melodia mais estranha e comovente que ela já ouvira. Gael, no escuro, estava fazendo música com o que tinha à mão: o bater de dedos no vidro, o arrastar de uma cadeira no piso de madeira, um sussurro ritmado que ecoava pelo shaft do elevador. Não era uma sinfonia, era uma conversa íntima com a escuridão. Era pura emoção, destilada em som.
Sem pensar, Cleo pegou uma vela e subiu para o andar de cima.
A porta do estúdio estava entreaberta. À luz de velas, Gael estava cercado por seus instrumentos estranhos, seus olhos fechados, imerso na criação. Ele a viu e parou.
“Desculpe o barulho”, ele disse, sua voz um baixo suave na penumbra.




