Rhyheim Shabazz e Markin Wolf fudendo muito
As ruas do Bronx conheciam o nome Rhyheim Shabazz antes mesmo que ele soubesse escrevê-lo. Ele era a alma do bairro, um poeta de rua cujas palavras não ficavam presas em livros, mas ecoavam nas paredes dos prédios, em forma de grafite vibrante. Ele falava de revolução, de ancestralidade, de um futuro dourado. Seu nome era sua herança, e ele a carregava com orgulho real.
Markin Wolf era um lobo solitário. Um lenhador do interior de Montana, ele havia herdado o apelido de família não por ferocidade, mas por seu silêncio e sua conexão quase espiritual com a floresta. Sua vida era o som do machado batendo na madeira, o cheiro de pinho e a solidão vasta e consciente das montanhas.
Seus mundos eram paralelos, incapazes de se tocarem. Até que o destino, em forma de um programa de intercâmbrio cultural, interveio. Markin foi enviado para a cidade grande para um workshop de sustentabilidade urbana; Rhyheim foi selecionado para ser seu guia comunitário.
O primeiro encontro foi um choque de civilizações. Rhyheim, envolto em cores e palavras rápidas. Markin, parado, suas mãos calejadas segurando a mochila como um escudo. Rhyheim tentou mostrar a Markin a vida pulsante do bairro, o ritmo do trem, a linguagem do spray. Markin apenas assentia, seus olhos azuis perdidos no concreto.
A virada aconteceu no telhado do prédio de Rhyheim, o único lugar que tinha um vislumbre de céu. Olhando para as estrelas, ofuscadas pelos postes de luz, Markin finalmente falou. Sua voz era um sussurro áspero. “Onde eu moro,” ele disse, “as estrelas são tão densas que você quase não vê o escuro entre elas.”
Rhyheim olhou para ele, e pela primeira vez não viu um estranho, mas um homem com saudades de casa. Ele pegou uma lata de spray e, na parede do telhado, começou a pintar. Não letras, mas uma floresta. Árvores altas e escuras sob um céu repleto de estrelas brilhantes. Era a visão de Markin, imortalizada no coração do Bronx.
Naquela noite, algo desabrochou. Markin, o lobo silencioso, começou a compartilhar suas histórias—sobre o urso que ele encontrou, sobre o silêncio que não é vazio, mas cheio de vida. Rhyheim, o príncipe das ruas, ouvia, fascinado, encontrando uma nova poesia na simplicidade da natureza.
O programa terminou. A volta para Montana era inevitável. No último dia, no mesmo telhado, Markin colocou nas mãos de Rhyheim um pedaço de madeira de pinho, suavemente entalhado com a forma de uma coroa. “Para o meu príncipe da cidade de concreto,” ele sussurrou.
Rhyheim sorriu, seus olhos brilhando. “E você, meu lobo solitário, sempre terá um palácio aqui.”
Agora, suas viras são uma fusão de dois mundos. Rhyheim visita Montana, onde aprende o nome das árvores e o sabor do silêncio. Markin volta ao Bronx, onde as cores de Rhyheim parecem ainda mais vibrantes. E no peito de cada um, carregam a certeza de que o amor não precisa de um mesmo chão para florescer. Ele só precisa de um telhado para ver as mesmas estrelas, mesmo que através de lentes diferentes.




