Sexo com os putos tesudos – Bruno Pattel e Talex Madriz
**A Melodia do Aço e da Madeira**
Bruno Pattel era um ferreiro de mãos calejadas e coração quieto. Sua vida era regida pelo ritmo constante da bigorna e pelo calor previsível da forja. Ele criava portões, grades e esculturas de metal que contorciam como dançarinas congeladas. O mundo de Bruno era de fogo e suor, de formas rígidas moldadas à força.
Do outro lado da rua de paralelepípedos, vivia Talex Madriz.
Talex era um luthier. Suas mãos, finas e precisas, acariciavam a madeira, extraindo dela não forma, mas som. Sua oficina era um santuário de lascas de cedro e o aroma do verniz, onde blocos de madeira se transformavam em violões com almas cantoras. O mundo de Talex era de grãos delicados e harmonias sutis, de formas coaxadas à paciência.
Por anos, eles foram apenas sombras um para o outro. Bruno via Talex lixando um braço de violão na calçada, sob o sol da tarde. Talex ouvia o martelo ritmado de Bruno, um baixo constante que pontuava seus dias. Eram vizinhos, mas habitavam universos paralelos.
Tudo mudou em um dia de tempestade. Um raio caiu em uma árvore próxima à oficina de Talex, danificando o telhado e fazendo com que a água inundasse sua loja. Desesperado, Talex viu sua madeira preciosa, seus instrumentos quase acabados, ameaçados pela chuva.
Sem pensar duas vezes, ele correu através da rua, sob a chuva torrencial, e bateu na porta de Bruno.
“Preciso de ajuda!” gritou Talex, sua voz um fio de pânico. “Minha madeira… vai estragar tudo!”
Bruno, com o rosto iluminado pelo brasa morrente da forja, não hesitou. Com sua força, ele ajudou Talex a carregar tábuas de jacarandá, braços de violão entalhados e caixas de ressonância quase prontas para a segurança de sua própria oficina, quente e seca.
Naquela noite, cercados pelo cheiro de metal quente e madeira molhada, eles se sentaram para tomar um café. A oficina de Bruno, sempre um cenário de força bruta, agora abrigava objetos de extrema delicadeza.
“É estranho,” disse Talex, olhando um violão apoiado contra uma bigorna. “Dois materiais tão diferentes. O metal, tão forte. A madeira, tão sensível.”
“Mas ambos precisam de fogo para ganhar vida,” respondeu Bruno, surpreendendo a si mesmo. “O fogo do meu carvão amolece o metal. O fogo da sua paixão dá vida à madeira.”
Talex olhou para Bruno, realmente olhou. Viu não apenas o ferreiro robusto, mas a perspicácia em seus olhos. Naquela noite, uma nova melodia nasceu. Não era o som de um violão ou o tilintar de um martelo, mas o som de dois mundos se encontrando.
Bruno começou a criar partes de metal para os violões de Talex – tarraxas intricadas em forma de folhas, trastes feitos de um aço especial que não enferrujava. Talex, por sua vez, começou a incorporar elementos de madeira nas esculturas de Bruno, suavizando suas arestas com detalhes orgânicos.
Agora, a oficina deles é uma só. O som da serra elétrica de Talex se mistura com o martelo de Bruno. E à noite, quando o trabalho termina, Talex toca uma melodia suave em um violão que tem o coração de aço forjado por Bruno, e o ferreiro ouve, com um sorriso que ilumina seu rosto tão bem quanto o fogo de sua forja. Eles haviam descoberto que o amor, como uma boa junção, é mais forte quando duas peças aparentemente opostas se unem, criando algo inteiramente novo e belo.




