Franco Mars gets fucked by Igor Miller
O silêncio do apartamento de **Igor Miller** era quebrado apenas pelo clique suave de seu teclado mecânico e pelo zumbido quase inaudível dos seus fones de ouvido. Como um arquiteto de sistemas de segurança, seu mundo era feito de código, firewalls e lógica impenetrável. Sua vida era ordenada, previsível e solitária por escolha. As pessoas eram a variável mais imprevisível e, portanto, a mais perigosa em qualquer equação.
Do outro lado do corredor, o apartamento de **Franco Mars** era um carnaval. Guitarra, bateria eletrônica, e uma voz poderosa que, mesmo abafada pelas paredes, conseguia fazer Igor pausar seu trabalho. Franco era um músico, um furacão de emoções e ruído. Sua existência era um insulto direto à serenidade que Igor tanto valorizava.
Um dia, o insulto tornou-se uma crise. O som parou de repente, seguido por um baque e um gemido abafado. Contra todos os seus instintos, Igor saiu de seu apartamento. A porta de Franco estava entreaberta. Ele a empurrou e encontrou o músico no chão, segurando o pé, seu rosto contraído de dor, ao lado de um amplificador que escorregara.
“Precisa de ajuda?” perguntou Igor, sua voz soando estranha até para ele mesmo.
Franco olhou para cima, surpreso. “Só se você souber conjurar ossos quebrados.”
Igor não sabia, mas sabia chamar um táxi e acompanhar alguém ao hospital. Enquanto esperavam no pronto-socorro, o caos de Franco—sua bolsa cheia de papeis com letras de música, seu telefone tocando sem parar—era um estudo em contraste com a imobilidade quieta de Igor.
“Você é o cara do silêncio, né? Do 3B”, disse Franco, tentando disfarçar a dor com conversa.
“Igor Miller.”
“Franco Mars. Obrigado. Pelo… resgate.”
Igor apenas acenou com a cabeça.
Mas aquele único ato de civilidade quebrou uma barreira. Franco, imobilizado por algumas semanas, começou a bater à porta de Igor para pedir pequenos favores—pegar uma encomenda, fazer um café. Igor, relutantemente, atendia.
Em uma dessas visitas, Franco viu as telas de Igor. Linhas de código dançavam como uma partitura complexa.
“É… música”, Franco sussurrou, impressionado.
Igor ficou surpreso. Ninguém jamais tinha visto isso. “É lógica.”
“Tudo que é ritmo é lógica. E tudo que tem lógica pode ter alma”, Franco argumentou. “Meu barulho é a minha. A sua quietude é a sua.”
A observação ficou com Igor. Ele começou a ouvir a música de Franco não como um ruído, mas como um sistema complexo—emoções estruturadas em melodia. Franco, por sua vez, começou a apreciar a quietude de Igor não como frieza, mas como uma forma de concentração profunda.
Uma noite, Franco tocou a porta de Igor, sem pedir nada. Ele estava com seu violão.
“Eu escrevi uma coisa”, ele disse, hesitante. “É… quieta.”
Ele tocou. Era uma balada suave, a letra falava de encontrar paz no olho de um furacão. Era a mais bela coisa que Igor já tinha ouvido. Era a tradução de seu mundo interior em som.
Quando a última nota morreu, o silêncio que se seguiu não era vazio. Era cheio.
“Franco Mars”, Igor disse, seu nome soando como uma descoberta em sua própria voz.
“Sim, Igor Miller?”
O arquiteto do silêncio e o compositor do caos se olharam, e naquele olhar, não havia mais corredor entre eles. Apenas a understanding de que suas meledias particulares, por fim, tinham encontrado uma harmonia perfeita.




