HeightsHoundsXX, Oliver Carter, Zane Kazan – The Tables Turn – Daddy Era Part 2

O clube noturno “HeightsHoundsXX” era um reino de néon e batidas eletrônicas, um lugar onde os corpos se moviam como sombras desconexas sob a luz estroboscópica. Oliver Carter, herdeiro de uma fortuna têxtil, era um príncipe nesse mundo. Cabelo impecável, sorriso calculado, ele circulava entre os VIPs com a facilidade de quem nasceu para aquilo. Mas seus olhos, azuis e distantes, parecem observar tudo de detrás de um vidro à prova de sentimentos.

Zane Kazan era a antítese. O DJ residente do clube. Um enigma de tatuagens e silêncio, que comandava a multidão não com palavras, mas com batidas profundas que pareciam vir diretamente de seu próprio peito. Seus olhos escuros, quase negros, viam através da fachada de todos, mas ele preferia ficar na sua cabine, no alto, observando o mundo que ele mesmo sonorizava.

Todas as noites, Oliver chegava, bebia seu uísque caro e fingia pertencer àquele caos. Todas as noites, Zane observava a solidão vestida de seda que cercava o jovem herdeiro. Era uma dança de observação silenciosa, uma música não escrita entre a pista de dança e a cabine do DJ.

A atração era um acorde grave e persistente, uma batida que nenhum deles conseguia silenciar.

A queda aconteceu em uma noite abafada. O sistema de ar do clube pifou, e o calor corporal, misturado com a energia crua da música, tornou a atmosfera insustentável. Oliver, sentindo-se sufocar pela própria vida, subiu as escadas de serviço até o terraço, buscando ar.

Lá, encontrou Zane, inclinado sobre o parapeito, fumando um cigarro olhando a cidade adormecida. A luz da lua era mais crua do que qualquer néon, e sob ela, as máscaras caíram.

“Suas músicas são tão… tristes”, disse Oliver, sua voz suave quebrando o silêncio, surpresa por ter falado a verdade.