LeonXXL, Leander and Gabriel Cross fuck
O mundo de LeonXXL era um de aço, suor e glória solitária. Como o lutador invicto do circuito de vale-tudo, sua vida era um ciclo de treinos brutais, pesagens e vitórias rápidas e violentas. Sua identidade era seu corpo, uma fortaleza de músculos construída para destruir. Tudo era barulho: o rugido da multidão, o estalo do osso contra a lona, o som de sua própria respiração ofegante.
Até ele conhecer Leander.
Leander era o silêncio. Um bibliotecário que trabalhava em uma livraria antiga, seus movimentos eram suaves, suas palavras, medidas. Ele usava suéteres de lã e seus olhos cor de avelã guardavam uma paz que Leon não conseguia compreender. Eles se encontraram por acaso, quando Leon, tentando escapar de seus fãs, se refugiou entre as estantes de poesia. Leander, sem reconhecê-lo, lhe ofereceu ajuda com uma calma que desarmou o lutador instantaneamente.
“Você parece perdido”, dissera Leander, com um sorriso gentil.
Leon, cujo nome de nascença era Gabriel Cross, ficou paralisado. Ninguém o chamava disso há anos. “Gabriel” era uma pessoa que ele enterrara sob camadas de força e uma persona impenetrável.
As visitas à livraria se tornaram um ritual. LeonXXL, o titã, se reduzia a Gabriel Cross na presença de Leander. Ele trocava os golpes por palavras, a agressão pela delicadeza de ouvir Leander falar sobre a melancolia dos sonetos vitorianos ou a beleza da caligrafia japonesa. Leander nunca assistia às lutas. Para ele, Gabriel não era um gladiador; era um homem com olhos cansados que ansiava por quietude.
O amor floresceu naquele contraste. Leander ensinou a Gabriel que a verdadeira força não estava em quebrar os outros, mas em se permitir ser vulnerável. E Gabriel, por sua vez, mostrou a Leander um mundo de paixão crua que ele só conhecia através das páginas dos livros.
A noite da luta pelo título chegou. O estádio estava em frenesi, gritando por “LeonXXL”. De pé no corredor, sob as luzes fracas, Gabriel se viu não sentindo a habitual fúria, mas uma serenidade estranha. Ele olhou para a plateia e, bem na primeira fila, viu Leander. Ele estava lá, segurando um livro contra o peito, seu rosto uma máscara de apoio tranquilo, não de adrenalina.
Naquele momento, Gabriel Cross entendeu. Ele não estava lutando por um cinturão ou por glória. Ele estava lutando para voltar para aquele homem. Para o silêncio. Para o lar.
A luta foi a mais difícil de sua carreira. Mas toda vez que sentia o cansaço, ele procurava os olhos de Leander na multidão. E encontrava sua força, não na raiva, mas naquela paz.




