Lucas Dias (lucasdiasxxx) and Markin Wolf (wolfmarkin) flipfuck while Rhyheim Shabazz watches
O universo de Lucas Dias era uma vitrine. Conhecido online como lucasdiasxxx, ele era um modelo de fitness e estilo de vida, um produto perfeitamente embalado de músculos definidos, sorrisos brancos e cenários ensolarados. Sua vida era uma performance contínua, uma coreografia de ângulos vantajosos e legendas inspiradoras. Cada detalhe era planejado, desde o suor estratégico na academia até a “espontaneidade” de um café da manhã saudável.
O universo de Markin Wolf, conhecido artisticamente como wolfmarkin, era o oposto completo. Um tatuador e artista de graffiti, seu mundo era de tinta preta, pele e concreto. Seus desenhos eram intricados, frequentemente sombrios, explorando temas de solidão, instinto e resiliência. Ele era um lobo solitário, desconfiado das redes sociais e da cultura da ostentação que Lucas personificava.
Seus mundos colidiram em uma encomenda inusitada. Lucas, cansado da estética limpa e comercial, queria uma tatuagem grande e significativa nas costas. Algo que fosse além do estético, algo com alma. Ele foi indicado ao estúdio subterrâneo de Markin.
A primeira impressão foi um choque. Lucas, com seu casaco de grife, parecia um pássaro exótico em uma caverna. Markin, de braços cobertos por suas próprias histórias em tinta, o avaliou com um ceticismo profundo.
“Por que você quer isso?” Markin perguntou, sua voz um rosnado baixo. “Para mais engajamento?”
Lucas sentiu a pergunta como um golpe. “Não. É… pessoal.”
Markin concordou com relutância. Nas sessões longas e dolorosas, uma estranha intimidade floresceu. Lucas, imóvel e vulnerável sob a agulha, não podia posar. A máscara de lucasdiasxxx escorria com seu suor real. Ele começou a falar. Sobre a pressão, sobre a solidão por trás dos likes, sobre o medo de nunca ser suficiente.
Markin, concentrado em sua arte, principalmente ouvia. Mas suas respostas, quando vinham, eram cortantes e verdadeiras. Ele falava sobre a dor como um rito de passagem, sobre a beleza nas cicatrizes, sobre a liberdade de não se importar com a opinião alheia. Suas mãos, ásperas e cobertas de tinta, eram incrivelmente suaves ao limpar a pele de Lucas.
Lucas, por sua vez, viu além da fachada do “lobo solitário”. Viu a dedicação meticulosa de Markin, o cuidado com que tratava cada linha, o profundo respeito que tinha por sua arte. Viu que a força de Markin não era performática; era orgânica, enraizada como um carvalho.
A tatuagem se tornou uma metáfora do que estava acontecendo entre eles. Era um lobo, não feroz, mas resiliente, com os olhos fechados como se visse para dentro, cercado por linhas geométricas que representavam uma jaula quebrada. Era a alma que Lucas escondia, eternizada na pele por Markin.
Quando a tatuagem ficou pronta, Lucas se olhou no espelho grande do estúdio. Ele não viu lucasdiasxxx. Viu Lucas. E chorou.
Markin ficou ao seu lado, uma presença sólida e silenciosa. “Está feito,” ele disse, simplesmente.
Nos meses seguintes, as postagens de Lucas mudaram. Havia menos músculos e mais poesia. Havia close-ups da tatuagem, não como um acessório, mas como uma parte dele. Ele falava sobre vulnerabilidade, sobre encontrar beleza na escuridão. Seus seguidores ficaram confusos, mas alguns sentiram que, finalmente, ele era real.
Uma noite, Lucas apareceu na porta do estúdio, depois do horário. Markin estava sozinho, desenhando.
“Eu não vim por uma nova tatuagem,” Lucas disse.
Markin olhou para cima, seus olhos escuros encontrando os de Lucas.
“Eu vim porque… porque a jaula está quebrada. E o lobo quer saber se pode ficar.”
Markin baixou seu lápis. O silêncio no estúdio era pesado, carregado de tudo o que não havia sido dito. Então, um sorriso lento e raro iluminou o rosto de Markin.
“O lobo,” ele respondeu, sua voz mais suave do que nunca, “já ficou.”
E naquele estúdio cheio de histórias em tinta, o modelo e o lobo solitário encontraram uma verdade que nenhuma tela ou rede social poderia conter: a de que o amor, como uma tatuagem bem feita, é para sempre marcado na alma.




