Vincent O’Reilly, Galores, and Des Irez fuck
A cidade de Portos Profundos era um lugar de névoa e negócios sujos, dividida entre duas famílias: os O’Reilly, contrabandistas de artefatos raros, e os Galores, senhores do aço e da intimidação. No meio desse jogo de xadrez perigoso, Vincent O’Reilly, o filho mais novo, não tinha interesse por relíquias ou poder. Seu dom era mais sutil: ele colecionava sombras.
Vincent podia arrancar um pedaço de escuridão de um beco e guardá-lo no bolso, desfiar a penumbra de um bar para tecer uma capa de invisibilidade, ou usar o crepúsculo de um dia qualquer como arma de distração. Era um talento inútil para os O’Reilly, que queriam um herdeiro durão, não um poeta do lusco-fusco.
Do outro lado da linha de sangue, estavam os gêmeos Galores: Des e Irez. Diferentes como a noite e o dia, mas inextricáveis como as marés. Des era o estrategista, a mente calculista por trás da expansão do território Galores. Seus olhos cor de aço capturavam cada detalhe, cada fraqueza. Irez era a tempestade. Impulsivo, letal, movia-se com uma fúria coreografada que deixava rastros de ruína. Eles eram a espada e o cérebro do império Galores, temidos por todos.
O conflito entre as famílias escalou para uma guerra aberta. Num confronto sangrento num armazém abandonado, Vincent, relutante, foi enviado para sabotar os Galores. Sua missão era roubar os planos de ataque da família rival. Ele usou suas sombras, deslizando como fumaça pelos guardas, até chegar ao escritório no andar superior.
Lá, ele encontrou Des Galores, sozinha, diante de um mapa estratégico. Ela não pareceu surpresa.
“O espectro O’Reilly,” disse ela, sem virar-se. “Eu senti a luz mudar.”
Vincent congelou. Ninguém jamais o detectara. Enquanto ele hesitava, uma figura surgiu da escuridão atrás dele — Irez, com uma adaga já em sua mão, um furacão de raiva silenciosa.
Foi Des quem interveio. “Irez, espera.”
Irez parou, mas a lâmina não baixou. Seus olhos, da mesma cor que os de sua irmã, queimavam com um fogo que os de Des não tinham.
Vincent olhou de um para o outro, os dois lados da mesma moeda mortal. E ele entendeu. Não era um escritório. Era um santuário. A energia entre os gêmeos não era apenas de lealdade familiar; era de devoção absoluta, um amor tão profundo e intrincado que era quase violento em sua intensidade. Roubar deles parecia… uma profanação.
“Eu não vim lutar,” Vincent disse, baixando as mãos, as sombras ao seu redor se dissipando. “Eu vim… avisar. Meu tio planeja um ataque ao seu forte no cais amanhã.”
Des franziu a testa, estudando-o. Irez soltou um riso baixo e áspero. “Por que um O’Reilly nos trairia?”
“Porque eu não me importo com a guerra,” Vincent encarou Irez, depois Des. “Eu me importo com a silhueta que vocês fazem juntos. É a única sombra nesta cidade que vale a pena preservar.”
O ar saiu do lugar. A admiração era algo que nenhum deles estava preparado para receber. Des viu a sinceridade nos olhos de Vincent. Irez viu a falta de medo, uma novidade para alguém que estava na ponta de sua lâmina.
Na noite seguinte, o ataque dos O’Reilly falhou. Os Galores estavam preparados. A vitória foi deles, mas não trouxe o gosto de triunfo que Des esperava. Em vez disso, trouxe a imagem de Vincent O’Reilly, o coletor de sombras, oferecendo sua lealdade não a um lado, mas a um *símbolo*.




