Berk_can34 fucks a femboy – Part 1

O universo do Berk_can34 era previsível: estudos de engenharia, partidas de futebol com os amigos e as mensagens do grupo da faculdade. Seu perfil era um reflexo dessa vida – algumas fotos em viagens, memes e posts sobre os jogos do time. Era uma existência confortável, mas que às vezes lhe parecia um pouco… em preto e branco.

Isso até ele esbarrar no perfil do **femboy**.

Era um mundo de cores vibrantes. Fotos estéticas de roupas delicadas, unhas pintadas com esmalte perolado, e uma coragem de se expressar que Berk achava eletrizante. Eles não se seguiam, mas o algoritmo, num momento de inspiração, colocou um dos posts do femboy na sua timeline. Era uma foto simples, apenas as mãos segurando um copo de café, com a legenda: “Dia de coragem: saí de saia. O mundo não acabou.”

Berk, movido por um impulso que não entendia, comentou: “Ficou incrível. A cor do esmalte combina com o seu anel.” Era um comentário genuíno, longe dos elogios vazios ou das piadas que ele estava acostumado a dar aos amigos.

Para sua surpresa, a resposta veio rápida na DM: “Obrigada! ❤️ Normalmente só recebo haters ou comentários esquisitos nesses posts. Seu perfil parece… normal. No bom sentido! Haha.”

Aquele “no bom sentido” quebrou o gelo. Eles começaram a conversar. Berk descobriu que o nome dele era Luca, um estudante de design gráfico com um gosto impecável para música indie e uma paixão por gatos. Luca, por sua vez, descobriu que por trás do perfil “macho” de Berk, havia um cara gentil, um pouco desajeitado, e com uma curiosidade sincera sobre o mundo que Luca representava.

As conversas digitais se tornaram diárias. Eles compartilhavam playlists, falavam de seus dias e, gradualmente, as máscaras caíram. Berk confessou que achava a coragem de Luca inspiradora, e que sua própria vida às vezes parecia uma caixinha. Luca admitiu que se sentia sozinho, e que a aceitação tranquila de Berk era um porto seguro.

A tensão romântica cresceu em meio a memes e mensagens de boa noite. Até que Luca enviou: “Tenho uma apresentação de trabalho na quinta-feira, no centro. Se você não for muito ocupado com suas coisas de ‘berk_can34’… quem sabe a gente não toma aquele café?”

O coração de Berk acelerou. Era o medo do desconhecido, sim, mas era mais forte a vontade de ver a pessoa por trás das fotos.

Ele foi. Chegou mais cedo, as mãos suando. Quando viu Luca entrar no café – vestindo um moletom oversized, uma saia plissada e tênis coloridos – o mundo de Berk ganhou, de fato, todas as cores. Luca era ainda mais bonito pessoalmente, com um sorriso tímido que chegava aos olhos.

“Então você é o famoso Berk_can34,” Luca disse, sua voz um pouco mais suave do que Berk imaginara.

“E você é muito mais corajoso pessoalmente,” Berk respondeu, encontrando uma confiança que não sabia que tinha.

O café durou horas. A tela do celular não era mais necessária. Naquele momento, sob a luz suave da cafeteria, o engenheiro em formação e o femboy criativo descobriram que suas diferenças não os separavam, mas criavam um contraste perfeito. E o like mais importante não foi dado em uma foto, mas no aperto de mãos que se transformou em um abraço desajeitado e promissor na calçada, quando a noite caiu.