Me and El Chacal De Mexico went all in fucking raw – Chacal Moreno, Gabriel Paxxeco
O sol inclemente de uma cidade portuária suja e sem nome batia sobre os telhados de zinco. Chacal Moreno era um homem feito de cicatrizes e contratos, um solitário profissional cuja única lei era o valor do dinheiro. Ele se escondia à luz do dia em um apartamento com cheiro de pólvora e café forte, esperando o próximo trabalho. Sua vida era um deserto de desconfiança, até que o ritmo errado de uma batida na porta mudou tudo.
Do outro lado, não estava um capanga ou um cliente, mas um vizinho. Gabriel Paxxeco. Ele segurava uma pequena torta de limão, um sorriso hesitante iluminando um rosto que sabia mais de poesia do que de perigo. “Mudei-me ao lado”, disse Gabriel, ignorando completamente a aura letal que Chacal emitia como um calor. “Achei que poderia quebrar o gelo.”
Chacal quase fechou a porta. Aquele homem era um aberração, uma mancha de cor em seu mundo em preto e branco. Mas havia uma doçura genuína em Gabriel, uma luz que não piscava diante da escuridão de Chacal. Ele era um restaurador de livros, um homem cujas mãos salvavam histórias em vez de terminá-las.
Contra toda a lógica e todos os seus instintos, Chacal deixou a torta entrar. E depois, deixou Gabriel entrar.
O amor não chegou com tiros ou fugas espetaculares. Chegou nas xícaras de chá compartilhadas após o pesadelo de Chacal. Nas histórias que Gabriel contava sobre os livros que restaurava, sua voz um bálsamo para a alma em frangalhos do pistolero.




