Dotsp22 – sucking and fucking – pausdobrasil

O ar no **Pixel Inn**, a única estalagem do servidor **Aethelgard**, sempre cheirava a poeira digital e chá de cogumelos. Era um lugar tranquilo, perfeito para jogadores como **Dotsp22**.

Dotsp não era uma guerreira de armadura brilhante ou uma maga de feitiços espetaculares. Ela era uma Artesã, uma Mestre em Ofícios. Seus dias eram passados forjando armaduras resistentes na forja ou costurando mantos elegantes em sua mesa de trabalho. Ela encontrava beleza na lógica dos padrões, na precisão de uma martelada perfeita, no clique satisfatório de uma peça se encaixando na outra. Sua vida era ordenada, previsível e, embora não admitisse, um tanto solitária. Sua única companhia era o som de suas ferramentas e o ronronar suave de seu mascote, um **gato-robô** chamado **Binário**, que ela mesma havia construído com peças sobressalentes.

Tudo mudou no **Festival da Lua de Outono**.

O salão principal da estalagem estava decorado com lanternas virtuais, e jogadores dançavam com movimentos pré-programados. Dotsp observava de um canto, segurando uma xícara de chá de código, sentindo-se tão deslocada quanto uma espada em uma biblioteca. Foi quando um **Cavaleiro**, desengonçado e com a armadura amassada, tropeçou em seu próprio pé e esbarrou em sua mesa, derrubando seu estojo de ferramentas de costura.

— Oh, pelas barbas do Anão Ancião! Mil desculpas! — disse o cavaleiro, a voz abafada pelo elmo.

Ele era **Kael**. Dotsp o reconheceu. Ele era famoso por sua coragem inigualável em combate, mas também por sua lendária falta de jeito fora do campo de batalha. Enquanto ele se ajoelhava, desastrado, para ajudar a recolher as agulhas e novelos de lua, Dotsp não pôde evitar um sorriso.

— Deixe — disse ela, sua voz suave contrastando com o ruído metálico dele. — Se você tentar pegar essa agulha, vai acabar costurando sua luva à minha capa.

Kael parou, envergonhado, e finalmente removeu o elmo. Seu rosto era surpreendentemente gentil, com olhos cor de avelã e um sorriso torto e constrangido.

— Eu… eu sou melhor com espadas do que com agulhas.