Zachary Elliott Takes Full Ownership – DavidedpXXX, Zach Elliott
O universo de Davide — ou @DavidedpXXX para seus seguidores — era um espetáculo de curta duração. Ele era um fenômeno das redes sociais, um mestre dos trend challenges e das dancinhas virais. Sua vida era uma sucessão de luzes de LED, batidas eletrônicas e coreografias perfeitas para o feed. Cada post era um foguete de alegria, mas o que sobrava após o brilho se apagar era apenas o cheiro de pólvora e um silêncio ensurdecedor. Ele era o rei de um castelo de cartas, sempre com medo do próximo vento.
Zach Elliott era o vento.
Um fotógrafo de natureza, Zach passava semanas em lugares onde o sinal do celular era uma lenda urbana. Seu Instagram, @ZachElliott, era um tributo silencioso ao mundo natural: a névoa presa em um vale ao amanhecer, a textura da casca de uma árvore antiga, a pose perfeita de uma garça em um rio. Ele não caçava likes; ele colecionava momentos de paz.
Seus mundos colidiram em um evento de marca em uma reserva florestal. Davide estava lá para trazer “engajamento”; Zach, para fornecer a estética “autêntica”.
Davide, vestindo roupas de marca imaculadas, parecia um astronauta perdido na natureza. Enquanto sua equipe montava lights rings e refletores, ele viu Zach. O fotógrafo estava ajoelhado na terra, sujo de lama até os joelhos, completamente imóvel, esperando a luz certa para iluminar um cogumelo minúsculo.
Para Davide, aquela paciência era alienígena. E fascinante.
“Você vai ficar aí por quanto tempo?” Davide perguntou, sem conseguir conter a curiosidade.
Zach nem virou a cabeça. “Até que a luz esteja certa. Ou até ele se cansar de mim.”
Davide riu. Era a primeira risada genuína do dia. Ele dispensou a equipe por uma hora e simplesmente… sentou. Observou. Aquele silêncio, que normalmente o aterrorizava, começou a parecer confortável, como um cobertor pesado.
Zach, finalmente satisfeito com a foto, se virou e estudou Davide. “Você é diferente quando as câmeras estão desligadas,” ele comentou, sem malícia.
A observação atingiu Davide como um raio. Ninguém nunca notara que havia um “desligado”.
O evento terminou, mas a conexão não. Em um impulso que surpreendeu a si mesmo, Davide mandou uma mensagem para Zach: “Como sei quando a luz está certa para alguma coisa?”
Zach respondeu com uma foto de um pôr do sol atrás de uma montanha. A legenda dizia: “Você não sabe. Você só sente.”
Aquele foi o início. Davide começou a fazer pequenas pausas digitais para encontrar Zach. Eles faziam caminhadas onde Davide era proibido de levar o celular. Inicialmente, foi uma tortura. Depois, uma libertação. Zach mostrou a ele como o musgo era macio, como identificar o canto de um pássaro, como a quietude podia ser um som.
Zach, por sua vez, foi apresentado ao mundo de Davide. Ele viu a pressão, a criatividade relâmpago e a solidão de ser sempre o centro das atenções. Ele não se importava com os seguidores; importava-se com o cansaço nos olhos de Davide após um dia de gravações.
O amor deles não foi anunciado em um post viral. Aconteceu durante uma tempestade, quando a energia caiu no apartamento de Davide. Sem Wi-Fi, sem lights, sem nada. No escuro e no silêncio, Davide sentiu o pânico subir. Então, Zach pegou sua mão.
“Olha,” ele sussurrou, apontando para a janela. “A cidade está offline.”
Eles ficaram ali, vendo a chuva desenhar córregos no vidro, iluminados apenas por relâmpagos distantes. Davide encostou a cabeça no ombro de Zach, e o mundo não acabou. Pelo contrário, parecia ter começado de verdade pela primeira vez.
“Eu te amo,” Davide disse, a voz sumindo no barulho da chuva.




