HungSkater fucks Simon
O asfalto era o seu altar e o som das rodinhas no concreto, o seu mantra. HungSkater – ou apenas Hung para os poucos que o conheciam – era um furacão de suor e movimento no bowl da praça. Seus cabelos escuros voavam sob o capacete, seus ossos eram mais familiarizados com o sabor do cimento do que ele gostaria de admitir. A cidade era sua pista, um playground de corrimões e escadas, e cada arranhão no seu shape era uma medalha de honra.
Do outro lado da praça, sob a luz suave de um poste, estava Simon.
Enquanto Hung desafiava a gravidade, Simon parecia ser seu melhor amigo. Sentado em um banco, ele era uma figura serena, imersa em um caderno de esboços. Seus dedos manchados de carvão dançavam sobre o papel, capturando a curva de um galho, a silhueta de um prédio, a agitação dos pombos. Seu mundo era silencioso, bidimensional e meticuloso.
Por semanas, eles foram apenas elementos da mesma paisagem urbana. O furacão e a brisa suave. Hung sentia a presença calma de Simon como um ponto de referência em seu caos. Após uma queda particularmente dura, ele olhava para o banco e via Simon ainda lá, um farol de tranquilidade. Simon, por sua vez, começou a preencher as margens de seus desenhos com um vulto dinâmico e gracioso – um skatista voador, um poeta do asfalto.
O primeiro contato foi um acidente. Uma manobra ambiciosa deu errado e o skate de Hung escapou, voando em direção ao banco de Simon. Ele chegou correndo, ofegante e envergonhado.
“Putz, cara, mil desculpas! Ele te acertou?”




