Halloween Fuckers – Colt Spence and Tryp Bates

Colt Spence tinha o pó da estrada entranhado nas botas e na alma. Ele era um caminhoneiro, um homem do asfalto que rugia sob os pneus, dos motéis baratos e do café forte que mantinha o mundo girando. Sua vida era o horizonte, um ponto sempre à frente, nunca alcançado. Sua casa era a cabine do seu caminhão, “Bertha”, e sua solidão era uma companheira constante, tão familiar quanto o ronco do motor diesel.

Tryp Bates era raiz. Ele havia herdado uma pequena fazenda de flores no meio do nada, um quadrado verde de tranquilidade cercado por campos. Sua vida era feita de ciclos: plantar, regar, colher. Ele conhecia cada centímetro daquele solo, cada mudança de luz no céu sobre seus campos de lavanda e girassóis. Sua solidão era diferente da de Colt; era quieta, ancorada, mas não menos profunda.

Os caminhos deles se cruzaram por causa de um pneu furado e de um desvio inesperado. Uma tempestade tinha inundado a estrada principal, forçando Colt a buscar uma rota alternativa que seu GPS insistia em chamar de “estrada”. Bertha reclamou de cada solavanco na estrada de terra, até que um pedaço afiado de pedra pôs fim à sua jornada com um estouro sonoro.