Argentinos Julian Oxilia and Thiago Dumont fuck
**Título: O Restauro e a Ruína**
Julian Oxilia era um restaurador de obras de arte. Suas mãos, finas e precisas, eram capazes de devolver a vida a pinturas desbotadas pelo tempo. Seu mundo era um silêncio reverente, feito de pincéis de pelo de marta, solventes orgânicos e a paciência infinita de reconstruir o que o passado havia desgastado. Ele vivia no cheiro de verniz e na beleza das coisas salvas.
Thiago Dumont era um demolidor controlado. Especializado em derrubar edifícios históricos com implosões precisas, ele era um mestre da física aplicada ao fim. Seu mundo era de poeira, concreto rachado e o estrondo triunfal da queda. Ele vivia no cheiro de pólvora e no poder das coisas que terminam.
Seus caminhos se cruzaram no coração de uma catedral do século XIX. Julian estava em um andaime, limpando meticulosamente os afrescos do teto. Thiago estava no chão, avaliando a estrutura com um olhar clínico, calculando onde colocar as cargas para derrubar a nave condenada que ameaçava desabar sobre a parte preservada.
“Você está limpando um paciente terminal,” Thiago disse, sua voz ecoando no vazio da igreja.
Julian desceu do andaime, manchas de tinta sépia em seu avental. “Estou dando dignidade aos seus últimos dias. E você é o doutor Morte.”
Era para ser antagonismo. Mas havia um fascínio mútuo naquele primeiro olhar. Julian via em Thiago a força bruta e a coragem de aceitar o fim das coisas. Thiago via em Julian uma fé teimosa e bela na redenção.
Thiago começou a ir à catedral fora do horário de trabalho. Observava Julian trabalhar, hipnotizado pela devoção daquelas mãos. Julian, por sua vez, começou a fazer perguntas sobre tensão estrutural, sobre pontos de fragilidade. Ele queria entender a lógica da destruição que tanto temia.
“É como a sua restauração,” Thiago explicou uma noite, seus rostos iluminados por uma lanterna de trabalho. “Só que ao contrário. Você fortalece as partes fracas para salvar o todo. Eu encontro as partes fracas para derrubar o que é perigoso.”
O amor nasceu nesse terreno paradoxal. Foi Julian, um dia, encontrando Thiago acariciando a moldura de uma estátua de santos que seria triturada no dia seguinte. Havia uma ternura em seus olhos, um luto pela beleza que sua profissão exigia que ele apagasse.
Foi Thiago, em outra noite, segurando a escada de Julian sem ser pedido, firmando o mundo do restaurador por algumas horas.



