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Mike Verine – a collab with LittleX43

O velho cinema *The Sapphire* era uma relíquia à beira da extinção. Cheirava a pipoca rançosa, veludo empoeirado e memórias desbotadas. Mike Verine era seu último guardião. Um ex-projetorista que, com a morte do antigo proprietário, se viu dono de um elefante branco que amava com um amor doente e obstinado.

Seus dias eram um ritual solitário: abrir as portas pesadas, limpar os assentos vazios, passar o pano no balcão de mármore e projetar um filme diferente todas as noites para um público de fantasmas. Ele era o curador de um museu de sonhos esquecidos.

Até ela.

A primeira vez que ela apareceu, era uma terça-feira chuvosa. Mike estava exibindo um *noir* francês, “Os Olhos Sem Rosto”. A sala estava vazia, como sempre. Mas quando as luzes subiram um pouco, ele viu uma figura sentada na décima fileira. Uma mulher. Ela não se virou para sair. Ficou até o final dos créditos, imóvel.

Na noite seguinte, um western spaghetti. Lá estava ela, no mesmo lugar. E na seguinte, um musical em technicolor. Mike começou a estranhar. Não era uma cinéfila comum. Ela não comia pipoca, não mexia no celular. Apenas assistia, com uma intensidade quase devota.

Passaram-se semanas. Mike começou a curar a programação para ela, inconscientemente. Deixou de lado os filmes de terror e escolheu dramas, comédias românticas, clássicos do cinema mudo. Ele observava seu perfil à fraca luz refletida da tela. Via a sombra de um sorriso durante uma cena engraçada, o brilho de uma lágrima num momento triste. Ele, que conhecia cada fotograma daqueles filmes, agora via as histórias através das reações dela.

O amor de Mike Verine não era barulhento. Era o amor de um projetorista: feito de luz e sombra, de espera e observação. Ele começou a deixar pequenos presentes no seu assento antes da sessão: um cartaz de filme antigo, um livro sobre a direção de arte de “Cidadão Kane”, uma garrafa de água gelada nos dias quentes. Ela nunca os pegava na sua frente, mas eles sempre desapareciam.

A coragem só veio numa noite de tempestade. O filme era “Casablanca”. A energia caiu no meio da célebre cena do aeroporto. A sala foi engulfed por um silêncio súbito e profundo, quebrado apenas pelo som da chuva contra as janelas.

Mike saiu da cabine de projeção, seu coração batendo forte. Ele acendeu uma lanterna fraca. Ela ainda estava lá, sentada, não parecendo alarmada.

“Desculpe pela interrupção”, ele disse, sua voz ecoando no vasto espaço vazio.

“Está tudo bem”, a voz dela era suave, como seda. “É uma boa cena para se pensar. ‘O princípio de uma bela amizade’.”

Ele se aproximou, a lanterna iluminando o caminho. Pela primeira vez, viu-a claramente. Tinha olhos que pareciam ter absorvido a luz de todas as películas que já haviam passado por aquele projetor.

“Por que você vem aqui todas as noites?” ele perguntou, a pergunta que o atormentava há semanas.

Ela sorriu, um gesto triste e doce. “Porque é o único lugar onde as histórias ainda têm um final. Na vida real, as coisas… simplesmente param.” Ela fez uma pausa. “E você, Mike Verine? Por que você insiste em manter este lugar aberto?”

Ele surpreendeu-se por ela saber seu nome. Então percebeu: ela era como ele. Um colecionador de finais.

“Porque”, ele disse, parando a alguns assentos dela, “um cinema vazio é o lugar mais solitário do mundo. Mas um cinema com uma única pessoa na plateia… é o lugar mais cheio de esperça.”

A energia voltou com um ronco. As luzes do cinema cintilaram. Por um momento, eles ficaram parados, iluminados pela luz crua, o projetor e sua única espectadora.

“O filme vai recomeçar”, ela sussurrou.

Mike não se moveu. “O final já sabemos. Rick fica, Ilsa vai embora.”

“Algumas histórias merecem ser revistas”, ela respondeu.

Ele estendeu a mão, não uma mão vazia, mas segurando um rolo de filme antigo. “Eu tenho uma cópia de ‘A Janela Indiscreta’. Nunca projetei. Estava esperando o público certo.”

Ela colocou a mão na dele, não para aceitar o filme, mas para segurar sua mão. O toque foi quente no frio do cinema.

Naquela noite, Mike Verine não projetou o filme para uma plateia de um. Ele o projetou *com* ela, sentado ao seu lado na décima fileira, suas mãos entrelaçadas na penumbra, assistindo a uma história antiga que, de repente, parecia completamente nova. O *Sapphire* não era mais um museu. Era um lar.

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