Angel Elias fucks Zane Kazan – Chapter 1
O metrô de Nova York é um palco de encontros fugazes. **Angel Elias**, um violoncelista, era um dos seus atores mais discretos. Todas as noites, na estação da 14th Street, ele extraía notas profundas e melancólicas do seu instrumento, o som ecoando como uma alma perdida pelos corredores de azulejos. Era a sua forma de pagar o aluguel, mas também de derramar no mundo a solidão que carregava dentro de si.
**Zane Kazan** era um furacão de deadlines e cafeína, um escritor de roteiros que via a cidade como uma sequência de cenas a serem corridas. Ele usava os fones de ouvido como uma barreira, abafando o mundo com podcasts de notícias e playlists agitadas.
Uma terça-feira chuvosa mudou tudo. Os fones de Zane pifaram. O silêncio súbito foi como um golpe, até que foi preenchido por uma melodia que lhe cortou o fôlego. Era o violoncelo de Angel. As notas não eram apenas tristes; eram uma história sem palavras, uma confissão de alguém que entendia a profundidade das coisas.
Zane parou. Encostou-se numa coluna e simplesmente ouviu. Pela primeira vez em meses, ele não estava a pensar no seu próximo diálogo. Estava apenas a *sentir*.
No final da peça, os seus olhos encontraram os de Angel. Havia uma gratidão silenciosa no olhar de Zane, uma surpresa tímida no de Angel. Zane aproximou-se e colocou a única coisa que tinha no bolso — um café embalado, ainda quente — no estojo aberto do violoncelo, ao lado de algumas moedas.
— Obrigado — disse Zane, a voz rouca por não ter sido usada. — Isso… fez-me parar.
Angel acenou com a cabeça, um pequeno sorriso a tocar os seus lábios. Não trocaram nomes. Não era necessário.
O ritual repetiu-se. Todas as noites, Zane parava na estação. Já não trazia fones. Trazia um café para Angel. Às vezes, um croissant. E, todas as noites, Angel dedicava a última música a ele. Chamava-lhe mentalmente a “Sonata para o Estranho do Café”.
A atração cresceu no silêncio entre as notas. Zane começou a ver as histórias por trás da música. Angel começou a sentir-se menos sozinho, sabendo que a sua arte tinha um ouvinte específico, um farol no seu mar de estranhos.
A noite da tempestade foi a virada. A energia caiu, mergulhando a estação na semi-escuridão. O metrô parou. O pânico instalou-se, mas Angel, num ato impulsivo, começou a tocar. Uma melodia calma e resiliente, como um farol na escuridão. As pessoas acalmaram-se, reunindo-se em volta dele.
Zane ficou ao seu lado, segurando o telemóvel como uma lanterna, iluminando não a partitura — porque não havia nenhuma —, mas o rosto de Angel. Naquela luz fraca, ele viu a concentração, a paixão, a beleza crua do momento.
Quando a energia voltou, a estação irrompeu em aplausos. Angel, envergonhado, baixou os olhos para o violoncelo. Zane aproximou-se.
— O meu nome é Zane — disse ele, a sua voz mais suave do que nunca. — E eu não quero ser apenas o estranho do café.
Angel ergueu os olhos, o seu coração a bater no mesmo ritmo da música que tinha acabado de tocar.
— Eu sou o Angel. E a minha música… há semanas que é só para ti.
E ali, no subterrâneo barulhento, com o som dos comboios a retomar o seu ritmo, os dois encontraram uma melodia que era só deles. Zane, o escritor de palavras, tinha encontrado a sua musa sem voz. E Angel, o músico da solidão, tinha encontrado o seu ouvinte. Juntos, compunham uma sinfonia que nem a cidade mais barulhenta do mundo conseguia abafar.




