BR Compilado do putão Falatuweslley
O vento soprava frio e salgado sobre as falésias de Weslley, carregando o lamento distante das gaivotas. Era um lugar de beira de mundo, onde a terra parecia terminar em um suspiro de pedra e espuma. E era ali, no ponto mais alto, que Falatu costumava se sentar para tocar sua flauta.
Seu nome, Falatu, significava “Coração da Melodia” na líria antiga, e sua música era tão parte da paisagem quanto o próprio vento. Ela tocava para o mar, para o céu, para a solidão que habitava seu peito desde que seu povo, os lendários cantores de pedra, havia se dispersado. Suas notas eram tristes e belas, uma elegia para um mundo que não lembrava mais de suas canções.
Até que, um dia, o vento trouxe uma resposta.
Não era o grito de uma gaivota, nem o rugido das ondas. Era um assobio, baixo e claro, que entrelaçava perfeitamente com a melodia de sua flauta. Falatu parou, os dedos imóveis sobre os orifícios do instrumento. Ela olhou para baixo, para a base da falésia, e viu um homem.




