Samuele Cunto (sexysamu) gets caught jerking off in the woods
						O estúdio de Samuele Cunto cheirava a tinta, madeira velha e café forte. Era um caos organizado, com esculturas de mármore meio acabadas compartilhando espaço com esboços a carvão pregados nas paredes. Samuele, com as mãos marcadas pela grosa e o olhar sempre distante, não procurava a beleza; ele a extraía, à força de suor e paciência, da matéria bruta.
Foi na quietude de uma tarde de outono que a silhueta de Elisa Cunto entrou em seu mundo, não pela porta, mas através de uma encomenda inusitada. Seu avô havia falecido, deixando para ela um velho violoncelo, com a condição de que fosse restaurado por “o melhor”, e o melhor era Samuele.
Elisa era o oposto do seu mundo. Trabalhava com palavras, traduzindo sentimentos complexos de um idioma para outro. Era metódica, quieta, e seus olhos guardavam uma melancolia que Samuele reconheceu instantaneamente – era a mesma que ele via nos blocos de mármore antes de lhes dar forma.
“O senhor é Samuele Cunto?” perguntou ela, a voz suave como o som das folhas secas no parque.
“Sim. E você deve ser a neta do maestro Cunto,” ele respondeu, limpando as mãos em um pano sujo. “Um prazer. O violoncelo é este?”
O instrumento era lindo, mas danificado. Uma rachadura fina corria pelo seu corpo, e o braço estava desgastado pelo tempo. Para Samuele, aquilo não era um reparo, era uma cirurgia. Ele precisava entender a alma daquele objeto para devolvê-la à vida.
Enquanto ele trabalhava, lixando, colando, restaurando a madeira, Elisa começou a visitá-lo. A princípio, eram apenas visitas rápidas para ver o progresso. Depois, ficava mais, sentada em um banco de madeira, observando suas mãos poderosas realizarem movimentos delicados. Ela falava sobre seu avô, sobre a música que enchia a casa dela na infância. Samuele, por sua vez, que geralmente era um homem de poucas palavras, descobria que tinha histórias para contar – sobre a veia única de um bloco de mármore, sobre a luz da manhã no estúdio.
				



