Cody Seiya (postmaload) fucks Zane Kazan (zanekazan)

O vento noturno soprava frio pelas ruas desertas da cidade, mas Cody não o sentia. Enfiado no capuz do moletom, seus fones de ouvido ecoavam um post-rock melancólico que parecia a trilha sonora perfeita para sua solidão. Ele era “postmaload” online, um arquivo de sentimentos pesados e não enviados. Sua vida era um ciclo de beats, códigos e silêncio.
Tudo mudou em uma dessas baladas indie que ele frequentava meio por inércia. Foi no bar, pedindo uma água tônica sem graça, que seus olhos encontraram os de Zane.
Zane Kazan era o oposto. Cabelo descolorido pela última tendência, uma corrente prateada reluzindo no pescoço, e uma energia que parecia preencher o espaço ao seu redor. Ele ria, alto e genuíno, com um grupo de amigos. Era vibrante, era “zanekazan” – alguém que parecia ter desbloqueado todos os segredos para uma vida sem filtros.
Por algum motivo cósmico, o olhar de Zane não passou direto. Prendeu-se no de Cody. E, para surpresa de todos, especialmente do próprio Cody, Zane se aproximou.
“Você é o Cody, né? O postmaload? Cara, sua mix de ambient da semana passada foi insana.”
Cody quase engasgou com a água tônica. Zane não só sabia quem ele era, como conhecia sua música. Aquele era o primeiro fio de uma ponte que Cody julgava impossível de ser construída.
A partir daí, os mundos deles começaram a colidir, não com um estrondo, mas com a suavidade de um *fade-in* musical. Zane arrastava Cody para ver grafites em becos escondidos, e Cody, em troca, mostrava a Zane a beleza escondida em samples obscuros e sintetizadores antigos.
Eles eram yin e yang. Zane ensinou Cody a cozinhar pratos exóticos que incendiavam as papilas gustativas, enquanto Cody ensinava Zane a apreciar o silêncio confortável entre duas pessoas que não precisam falar. Zane era o caos criativo, a cor que transbordava da tela. Cody era a base, o beat constante e confiável que mantinha a música coesa.
Numa tarde chuvosa, encolhidos no sofá minúscimo de Cody, cercados por latas de energético e controles de videogame, Zane apertou o pause no jogo.
“Eu não te disse ainda hoje”, ele começou, seu tom usualmente explosivo suavizado para algo quase vulnerável.
“Disse o quê?”, Cody perguntou, confuso.
Zane virou-se, seus joelhos tocando os de Cody. Um sorriso pequeno, reservado só para esses momentos, surgiu em seus lábios.
“Que eu te amo.”
As palavras pairaram no ar, misturando-se com o som da chuva contra a janela. Para Cody, aquelas três palavras sempre soaram como um clichê de uma música ruim. Mas na boca de Zane, com a luz do monitor pintando seu rosto de azul, elas soaram como a letra mais verdadeira que ele já tinha ouvido.
Ele não soube responder com palavras. Suas emoções sempre foram mais fáceis de expressar através de arquivos de áudio e gestos. Então, ele se inclinou para frente, fechou os olhos e encostou sua testa na de Zane, num gesto de intimidade silenciosa que dizia tudo.
Era um amor pequeno, talvez. Não tinha grandiosidade épica. Era feito de playlists compartilhadas, de mãos dadas sob a mesa, de Zane roubar o capuz de Cody e de Cody aprender a admirar a bagunça colorida que Zane trazia para sua vida organizada em pastas.
Era a harmonia perfeita entre o *post* e o *kazan* – entre a melancolia que carrega beleza e a explosão que carrega vida. E, naquele quarto, era tudo que eles precisavam.