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Alejo Ospina – Father, Save My Soul

O silêncio na oficina de Alejo Ospina era quebrado apenas pelo zunido da lixa contra a madeira. Ser marceneiro era um ofício de paciência, de entender os nós e as veias de cada tábua. Alejo preferia a companhia do carvalho e do pinho à das pessoas; eram mais previsíveis, menos propensas a se esfacelar.

Foi em um desses dias silenciosos que ela entrou. Não como uma tempestade, mas como uma brisa que sussurra uma mudança no ar. Seu nome era Elara, e ela trazia nos braços a herança de sua avó: uma velha cadeira de balanço com o assento rachado.

“Preciso de um milagre,” disse ela, com uma voz que fez Alejo erguer os olhos de seu trabalho. Seus olhos eram da cor do âmbar, e neles havia uma luz que ele não via há muito tempo.

Alejo concordou em consertar a cadeira. O que era para ser um simples trabalho tornou-se um ritual. Elara começou a aparecer todos os dias, não para cobrar, mas para observar. Ela trazia café em uma garrafa térmica e histórias de um mundo que Alejo havia se esquecido que existia — histórias de viagens, de livros, de risadas em praças lotadas.

Ele, que só sabia falar de juntas e vernizes, aprendeu a ouvir. E, para sua surpresa, aprendeu a falar também. Sussurrou para ela sobre seu medo de espaços vazios e sobre o vazio que sentia mesmo em lugares cheios. Falou de como as cicatrizes na madeira lhe lembravam as suas próprias.

Elara não tentou consertá-lo. Ela apenas assentiu, sua mão encontrando a dele sobre o banco de trabalho, coberto de serragem. Seu toque não era de pena, mas de reconhecimento.

O conserto da cadeira foi concluído em uma tarde de outono. Alejo havia não apenas colado a madeira, mas entalhado delicadas flores ao longo dos braços, um detalhe que não estava no design original. Era um pedaço de sua alma que ele devolvia a ela.

Quando Elara viu a cadeira, seu queixo tremeu. “Está linda,” sussurrou.

“Uma peça forte merece ornamentos,” ele respondeu, os olhos fixos nela, não na cadeira.

Elara sentou-se na cadeira e começou a balançar suavemente. O rangido da madeira era agora uma música, não um lamento.

“E um coração forte?” ela perguntou, olhando para ele. “Merece ornamentos?”

Alejo Ospina, o marceneiro de mãos calejadas e coração em frangalhos, deixou que um sorriso, verdadeiro e sem medo, florescesse em seu rosto pela primeira vez em anos.

“Merece uma segunda chance,” ele respondeu.

E naquela oficina cheia de serragem e esperança, ele acreditou que talvez, assim como a madeira, corações partidos também pudessem ser colados, entalhados com novas memórias, e tornados não apenas inteiros novamente, mas mais belos do que antes.

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