NaniDanielG gets fucked by a daddy from Grindr

O vento soprava frio sobre as colinas de Lisboa, mas Nani não o sentia. Envolta num cachecol que cheirava a naftalina e memórias, ela caminhava todos os dias até o mesmo banco de jardim, o mesmo onde, cinquenta anos antes, um rapaz chamado Daniel a esperava com um cravo branco na lapela.
Eles eram jovens, então. Ele, Daniel, com seus sonhos de pintar o mundo. Ela, Nani, com sua voz que embalava os corações. O mundo era uma tela em branco, e eles, tintas vivas prontas para colori-lo. Foram anos de risos, de passeios de elétrico, de promessas sussurradas ao ouvido enquanto o Tejo reflectia as luzes da cidade.
Até que a vida, num acto cruel, os separou. A família de Nani mudou-se para o Brasil, levando-a num turbilhão de despedidas apressadas. As cartas trocadas tornaram-se cada vez mais escassas, até cessarem por completo. O tempo, esse pintor implacável, cobriu as memórias com uma pátina de saudade, mas não as apagou.
Nani construiu uma vida. Casou-se, teve filhos, enviuvou. Mas o eco do nome “Daniel” sempre sussurrou no fundo de sua alma. Agora, viúva e com os filhos criados, ela retornara a Lisboa, puxada por um fio invisível de um passado inacabado.