Jake Preston and Cameron Neuton flip fuck

O vento do outono dançava pelas ruas de Nova York, carregando folhas secas e o som distante do tráfego. Foi em uma brisa assim que Jake Preston viu Cameron Neuton pela primeira vez, encostado na vitrine de uma livraria, com um livro de poesias de Bukowski nas mãos e o mundo inteiro nos olhos.
Jake, um arquiteto que acreditava em linhas retas e estruturas sólidas, sentiu o chão ceder. Cameron era um artista, um caos de cores e sentimentos que não se encaixava em nenhum molde. Seus mundos eram feitos de matérias-primas diferentes: um, de concreto e lógica; o outro, de tinta e intuição.
O primeiro encontro foi em um café. Jake chegou pontualmente, com a agenda sincronizada no celular. Cameron chegou dez minutos atrasado, com manchas de tinta azul no jeans e um sorriso que desarmava qualquer relógio. Falaram de tudo e de nada, e Jake descobriu que as linhas retas podem, às vezes, formar curvas perfeitas.
O amor deles não foi um incêndio, mas sim o desabrochar lento de uma flor no asfalto. Era Jake aprendendo a ver beleza nas pinceladas soltas de Cameron, e Cameron encontrando um porto seguro nas certezas silenciosas de Jake. Era o café da manhã compartilhado, os pés entrelaçados debaixo do edredom nas manhãs frias, e as discussões sobre arte moderna que terminavam em risadas.
Uma tarde, no Central Park, sentados sob um carvalho ancião, Cameron apontou para as folhas.
— Veja como caem. Cada uma de um jeito. Não seguem um padrão.
Jake pegou a mão de Cameron, entrelaçando os dedos com cuidado, como quem segura algo precioso e frágil.
— Eu achava que o amor era como um projeto — confessou Jake, a voz um sussurro rouco. — Algo que você planeja, calcula, constrói.
— E não é? — Cameron inclinou a cabeça, os olhos cor de mel captando a luz do fim de tarde.
— Não. É como a sua pintura. Você começa com uma ideia vaga, mas são as cores que escolhem o caminho. São os acidentes que tornam único.
Cameron sorriu, um daqueles sorrisos raros e completos que faziam o coração de Jake acelerar como um adolescente.
— Então somos uma obra de arte inacabada, Jake Preston?
— Somos — ele respondeu, puxando-o suavemente para um beijo. — E eu não trocaria nossa tela embaçada por nenhum prédio perfeito no mundo.
E sob aquele céu outonal, entre dois homens que eram universos opostos, o amor mostrou que sua verdadeira força não está na semelhança, mas na coragem de construir uma ponte entre duas margens diferentes, tornando a paisagem mais bonita justamente por causa do contraste.