Charlie Cherry fucks Stiven Rodriguez

O aroma doce e amadeirado de torta de cereja ainda quente enchia a pequena padaria “Charlie’s”, localizada na esquina mais charmosa do bairro. Charles “Charlie” Cherry, com seus aventais manchados de farinha e as bochechas coradas pelo calor do forno, era a alma do lugar. Herdara a confeitaria dos avós, e cada doce era uma extensão de seu coração—metódico, doce e tradicional.
Do outro lado da rua, o som de uma furadeira quebrava a tranquilidade matinal. Stiven Rodriguez, com suas camisas pretas, botas pesadas e braços tatuados, transformava uma loja antiga em um estúdio de tatuagem moderno. Ele chegara ao bairro como um vendaval, trazendo designs ousados, rock clássico alto e uma energia que desafiava a quietude do local.
Os dois se cruzavam todas as manhãs. Charlie, com sua bandeja de croissants perfeitamente dourados. Stiven, com sua garrafa de café preto e uma postura descontraída. Os cumprimentos eram rápidos, quase imperceptíveis.
Charlie via o estúdio de Stiven com uma desconfiança doce. Aquele barulho, aquela energia caótica… era o oposto de seu mundo controlado de gramas e graus Celsius. Stiven, por sua vez, observava a padaria e seu dono com uma curiosidade irônica. Tanta perfeição lhe parecia… entediante.
O ponto de virada foi um domingo chuvoso. Um problema elétrico deixou o estúdio de Stiven no escuro e sem energia para a máquina de café, seu combustível vital. Desesperado, ele atravessou a rua sob a chuva, entrando na padaria pela primeira vez.
O calor e o cheiro avassalador de baunilha e canela foram um abraço. Charlie estava no balcão, decorando um bolo com uma precisão cirúrgica.
“Preciso de café. Muito café,” disse Stiven, pingando água no chão imaculado.
Charlie olhou para ele, para a poça que se formava, e depois para o rosto cansado de Stiven. Um sorriso pequeno surgiu em seus lábios. “O café daqui é fraco para o seu gosto, eu imagino. Mas eu tenho um espresso italiano que meu avô guardava para ocasiões especiais.”
Enquanto preparava a bebida, Stiven observou suas mãos. Eram mãos que criavam beleza, assim como as dele, mas de uma maneira tão diferente. Ele viu as fotos na parede: o avô de Charlie, a padaria antiga, a tradição.
“É um legado,” disse Stiven, mais para si mesmo.
Charlie se virou, surpreso. “É. Às vezes pesa.”
Naquela tarde chuvosa, sentados em um balcão envernizado, o tatuador e o confeiteiro conversaram. Stiven falou de suas viagens, de querer criar uma arte que fosse permanente nas pessoas. Charlie falou do medo de mudar as receitas, de desapontar a memória de sua família.
Stiven olhou para o bolo que Charlie decorava. “São lindos. Perfeitos. Mas… e se você riscá-los? Como eu faço com as tintas?