Alejo Ospina (aospinad) gets fucked on the beach

Alejo Ospina tinha as mãos feitas para consertar coisas, mas um coração que não sabia como se reparar. Sua oficina era um mundo de metal, graxa e peças soltas, cheirando a gasolina e café forte. Ele vivia imerso no ronco de motores, até que o silêncio chegou na forma de uma mulher.
Seu nome era Elara. Ela se mudou para a lojinha ao lado, que antes fora uma funilaria e que ela transformou em um ateliê de cerâmica. De dentro do seu mundo de barro e silêncio, saíam formas delicadas e belas.
O primeiro contato foi um acidente. Uma das peças de cerâmica de Elara, um vaso alto e elegante, caiu da mesa de embarque e quebrou-se em três pedaços no meio da calçada. Desolada, ela juntou os cacos e, por impulso, entrou na oficina ao lado.
“Desculpe incomodar”, disse ela, sua voz suave um contraste com o ruído da serra elétrica. “Eu sei que o senhor conserta motores… mas por acaso saberia colar isso?”
Alejo, com as mãos sujas de graxa, olhou para os pedaços de cerâmica e depois para os olhos cor de mel de Elara. Viu uma tristeza tão profunda neles que seu coração de mecânio, acostumado a diagnosticar falhas, identificou uma falha de funcionamento ali: um coração tão partido quanto o vaso.
“Posso tentar”, disse ele, a voz mais áspera do que gostaria.
Ele não usou cola comum. Naquela noite, limpou minuciosamente as bordas de cada caco e aplicou uma resina epóxi transparente, usada para reparos finos em carburadores. Aplicou uma pressão perfeita, precisão de ourives, e uniu os pedaços. O vaso ficou com cicatrizes douradas, mas estava inteiro, talvez mais forte do que antes.
Quando Elara viu o vaso reparado, não conseguiu conter as lágrimas. “Está mais bonito agora”, sussurrou. “As rachaduras fazem parte da sua história.”
A partir daquele dia, uma nova rotina se instalou. Alejo começou a levar café forte para Elara de manhã. Ela, em troca, trouxe para ele um pão caseiro, quentinho. Ele aprendia sobre a paciência do barro; ela, sobre a força do metal. Ele consertou a porta emperrada do ateliê; ela encheu a oficina solitária de Alejo com vasos de flores silvestres.