Mr Foxxx, Ace Banner and Tyler Saint have a threesome

O estúdio de Ace Banner era um caos organizado, um santuário de tintas a óleo, telas vazias e a promessa de obras-primas. Era ali, entre o cheiro de aguarrás e a poeira dourada pelo sol da tarde, que Mr. Foxxx se sentia em casa. Ele não era um artista, mas o agente, o arquiteto de carreiras, o homem que transformava talento bruto em lenda. E Ace, com seus olhos tempestuosos e mãos que pareciam capturar a própria luz, era a sua lenda em progresso.
Foxxx observava Ace misturar cores na paleta, um furor concentrado. Eles não se tocavam, não trocavam palavras de amor. O amor deles estava nas críticas implacáveis de Foxxx, na maneira como Ace aceitava cada uma delas com um aceno de cabeça sério, sabendo que vinham de um lugar de absoluta devoção. Era um tango silencioso de ambição e respeito.
Até o dia em que Tyler Saint entrou no estúdio.
Tyler era o oposto de Ace. Onde Ace era intensidade e sombras, Tyler era charme solar e uma risada fácil que ecoava pelas paredes altas. Um colecionador de arte, um *bon vivant* que não veio comprar um quadro, mas sim comprar o pintor. Ele via a genialidade de Ace não como algo a ser moldado, mas como um brinquedo fascinante.
Foxxx observou, com um nó de inquietação no estômago, como Tyler conseguia o que ele nunca ousara pedir: o sorriso despreocupado de Ace, a sua atenção desviada da tela. Tyler levava Ace para jantares extravagantes, para galerias da moda, introduzia-o num mundo de glamour superficial que Foxxx desprezava.
A tensão tornou-se uma terceira pessoa no estúdio. Foxxx, sempre impecável em seus ternos, sentia-se invisível. As reuniões de negócios tornaram-se um campo de batalha silencioso.
“Ele está te distraindo, Ace,” disse Foxxx certa noite, a voz mais áspera do que pretendia. “A série para a Bienal está atrasada. O Tyler só quer um troféu.”
Ace baixou os pincéis, a irritação estampada no rosto. “E você, Foxxx? O que você quer? Só mais um quadro para a sua coleção? Mais um nome para o seu catálogo?”
A pergunta pairou no ar, não respondida. Foxxx queria dizer: “Eu quero você. Todo o seu caos, sua genialidade, suas manhãs de silêncio. Quero ser a moldura que valoriza a obra, não a gaiola que a prende.” Mas as palavras morreram na sua garganta. O negócio era a sua linguagem, não o coração.
A crise chegou com a noite de abertura da exposição de Ace. O estúdio estava lotado de críticos e socialites. No centro, uma tela enorme, a peça principal. Era uma obra de paixão e fúria, cores vibrantes colidindo. E no canto, quase escondido na textura, estava a assinatura de Ace, e ao lado dela, uma pequena, perfeita raposa pintada em tons de carvão e prata.
Foxxx paralisou ao ver a raposa. Era ele. O observador silencioso, o estrategista. Era uma declaração.
Foi quando Tyler Saint se aproximou, um sorriso largo no rosto, e colocou um braço casualmente sobre os ombros de Ace.
“Uma obra-prima, querido! Absoluta. Já tenho um comprador. Um sheique. O preço é astronómico.”
Ace olhou para Tyler, depois para Foxxx. Ele viu o rosto de Foxxx, normalmente um mármore de autoconterro, pálido, os olhos fixos na pequena raposa na tela.
E Foxxx compreendeu. Compreendeu que poderia perder Ace não para um homem, mas para uma ideia de sucesso que ele próprio ajudou a criar. A sua arma mais afiada – o negócio – tinha virado contra ele.
“Vende,” disse Foxxx, a voz um fio de som. “É um ótimo negócio.” Ele virou-se para sair, o coração um peso morto no peito.
A mão de Ace agarrou o seu pulso. A firmeza fez Foxxx parar.
“Espera.”
Ace virou-se para Tyler Saint, e o seu sorriso era agora uma coisa triste e final. “Obrigado por tudo, Tyler. Mas esta não está à venda.”
Tyler franziu a testa. “Não compreendo. É a oferta da tua vida!”
“Algumas coisas,” disse Ace, seus olhos nunca deixando os de Foxxx, “não têm preço. Só têm um *valor*.”
Tyler Saint recuou, confuso e depois resignado, percebendo que havia uma dinâmica ali que o seu dinheiro não podia comprar. Ele desapareceu na multidão, uma tempestade passageira no mundo deles.
No estúdio agora vazio, com apenas o cheiro de tinta e o eco da festa, Ace e Foxxx ficaram frente a frente.
“Porquê a raposa?” sussurrou Foxxx, tocando a tela com reverência.
“Porque ela sempre esteve aqui,” respondeu Ace, a sua mão cobrindo a de Foxxx. “A observar, a proteger, a acredar. A Tyler interessa-se pela chama. Tu… tu és o oxigénio que a mantém acesa. Eu posso brilhar para o mundo, mas é para ti que eu pinto.”
E naquela quietude, Mr. Foxxx finalmente entendeu.