Devan Meji and Josh Emerald fuck – Good old friend

O aroma de café torrado e baunilha era a única constante na vida de Devan Meji. Seus dias eram uma coreografia bem ensaiada entre a máquina de espresso e a caixa registradora, no “The Grind”, um café aconchegante espremido entre dois prédios altos. Ela conhecia os pedidos de cor: o cappuccino com espuma extra do senhor Higgins, o chá de camomila da Sra. Albright. Era uma existência previsível e segura, até que Josh Emerald entrou pela porta.
Não foi uma entrada dramática. Foi uma chegada desastrada, com uma mochila de caminhada gigantesca que derrubou um porta-chaves perto da estante de livros. Ele tinha o cabelo desgrenhado pelo vento, botas cobertas de lama seca e um sorriso que parecia desafiar a cinzenta tarde londrina do lado de fora.
“Desculpe! Eu… sou um terremoto de duas pernas”, disse ele, pegando o porta-chaves com uma agilidade que surpreendeu. Sua voz era calorosa, como o mel que Devan servia com o chá.
“Sem problemas. O café sobreviveu, então está tudo bem”, ela respondeu, sentindo um canto da boca se erguer contra sua vontade.
“Um milagre. Então, o que você recomenda para alguém que acabou de chegar de um trem de dez horas e precisa se sentir humano novamente?”
Devan preparou o seu próprio favorito: um flat white com um toque secreto de cardamomo. Enquanto observava Josh provar o primeiro gole, seus olhos se fecharam de prazer.
“É isso”, ele sussurrou. “Isso é o que o céu deve saber.”
Ele se tornou um fixo. Todas as tardes, no mesmo horário, ele aparecia com sua mochila ou uma pilha de mapas desgastados. Ele era geólogo, explicou, em Londres por um projeto temporário, estudando as antigas falhas geológicas sob a cidade. Enquanto Devan falava de xícaras e dos dramas dos clientes habituais, ele falava de eras glaciais e de fósseis escondidos no xisto da cidade.
Ela era raiz; ele, nômade. Ela encontrava beleza na rotina; ele, na descoberta.
Um dia, ele chegou sem a mochila, com as mãos atrás das costas.
“Feche os olhos.”
Hesitante, Devan obedeceu. Ele colocou algo pesado, frio e irregular em suas mãos.
“Abra.”
Era uma rocha comum, cinza e áspera.
“É… linda”, ela mentiu, confusa.
Josh riu. “Vire.”
Ela virou a pedra. Incrustado na superfície, como uma constelação presa no tempo, havia um pequeno fóssil de uma samambaia primitiva, seus delicados padrões eternizados na pedra.
“Encontrei isso em uma escavação perto do Tamisa. Tem milhões de anos”, ele explicou, sua voz suave. “Pensei em você. Porque é assim que eu te vejo. Alguém com uma beleza quieta e antiga, uma história linda escondida sob uma superfície tranquila.”
Devan ficou sem palavras. As pessoas a viam como a garota do café, eficiente e doce. Ninguém nunca a tinha visto como uma relíquia preciosa. Naquela noite, em vez de trancar a loia e ir para casa para a sua rotina solitária, ela aceitou o convite dele para um jantar.
Sentados em um pequeno restaurante tailandês, ele não falou sobre rochas, mas sobre como sentia falta do cheiro da terra depois da chuva em sua casa, no País de Gales. Ela não falou sobre grãos de café, mas sobre seu sonho secreto de escrever um livro de receitas que contasse a história das pessoas através das bebidas que elas pediam.
Ao se despedirem do lado de fora de seu apartamento, o ar entre eles estava carregado de uma nova verdade.
“Então”, Josh disse, suas mãos enfiadas nos bolsos. “Meu projeto termina em duas semanas.”
O coração de Devan afundou. A rotina, afinal, sempre levava à despedida.
“Mas”, ele continuou, pegando sua mão. A mesma mão que segurava a pedra. “Eu acho que encontrei algo mais permanente do que qualquer fóssil aqui.”
Devan olhou para seus olhos, da cor de florestas úmidas, e viu um lar. Um lar que não era um lugar, mas uma pessoa.
“O café da manhã amanhã é por minha conta”, ela sussurrou, puxando-o para mais perto. “Preciso te mostrar a beleza das raízes.”