Rich Harring – Tasting Sebastian Green’s ripe fat cock after a long day

O sol da tarde dourava as ruas de Paris quando Elara se viu novamente diante da pequena livraria da Rua Cherche-Midi. Era um lugar que parecia parado no tempo, com sua fachada de madeira desgastada e o cheiro inconfundível de papel envelhecido e promessas. Ela entrou, a campainha tilintando suavemente.
Foi então que o viu. Não atrás do balcão, como de costume, mas no canto mais recôndito, de pé na escadaria de rolante que dava acesso ao andar superior. Ele estava concentrado, arrumando uma pilha de livros antigos com uma delicadeza que era quase uma reverência.
“Precisa de ajuda para alcançar algum título inalcançável?” ele perguntou, sem se virar, como se sentisse a presença dela.
Elara corou. “Na verdade, estou só… procurando.”
Ele desceu os degraus com uma graça surpreendente para um homem da sua estatura. Seus olhos, da cor do carvalho, encontraram os dela. “Elara, não é? A colecionadora de ‘Paraísos Perdidos’.”
Ela ficou surpresa que ele se lembrasse. Havia meses que ela visitava a livraria, sempre à procura de edições raras, mas principalmente pela tranquilidade que aquele lugar e a presença silenciosa do dono lhe proporcionavam.
“Rich Harring”, ele disse, estendendo a mão. Era a primeira vez que ele se apresentava formalmente. “E acho que encontrei o seu paraíso.”
Rich levou-a até uma vitrine trancada. Lá dentro, repousava um volume pequeno e gasto de “Les Fleurs du Mal”, de Baudelaire. Não era uma primeira edição valiosa, mas algo mais pessoal. Nas páginas amarelecidas, havia anotações à mão nos cantos, pequenos desenhos de flores murchas e, na página de rosto, uma dedicatória: “Para minha amada C., que entende a beleza mesmo nas sombras. Para sempre teu.”
“É a história de um amor que existiu”, Rich sussurrou, seu voice um fio de seda no ar parado. “Mais valioso que qualquer edição de luxo, porque é real.”
Elara sentiu um nó na garganta. Ela, que sempre buscou refúgio nas histórias dos outros, via-se diante de um fragmento de uma história real, oferecido por um homem que parecia ler não apenas livros, mas também as entrelinhas da alma alheia.
Daquele dia em diante, as visitas de Elara tornaram-se diferentes. As conversas evoluíram de recomendações literárias para confidências. Ela falava de seus sonhos de escrever; ele, da solidão de cuidar da livraria que herdara do avô, um refúgio que às vezes se assemelhava a uma prisão de palavras e memórias.
O amor entre eles não foi um evento dramático, mas uma estação que se instalou suavemente, como o virar de uma página. Começou no toque casual de mãos ao alcançar o mesmo livro, no café compartilhado em tardes chuvosas, no silêncio cúmplice enquanto cada um lia seu próprio livro, lado a lado.
Uma noite, enquanto Rich fechava a livraria, ele a encontrou sentada nos degraves da escada, lendo um poema em voz baixa. A luz do abajur projetava sombras dançantes em seu rosto.
“O que você está lendo?” ele perguntou, sentando-se ao seu lado.
Ela fechou o livro. “Algo que estou escrevendo.”
Seus olhos brilharam. “Posso ouvir?”
Elara respirou fundo e começou a ler. Era uma história sobre uma livraria encantada e um homem quieto que guardava não apenas livros, mas também pedaços de corações solitários. Era, é claro, a história deles.
Quando ela terminou, o silêncio na livraria era absoluto, carregado de uma verdade nova e delicada.
Rich pegou sua mão. Seus dedos se entrelaçaram perfeitamente, como se suas linhas da vida estivessem finalmente se alinhando.
“Elara”, ele sussurrou, seu rosto tão próximo que ela podia sentir seu calor. “Eu passei a vida inteira cercado pelas maiores histórias de amor já escritas. Mas nenhuma delas… nenhuma delas se compara à simples e extraordinária verdade de te amar.”
Ele não precisou dizer mais nada. O primeiro beijo deles, suave e promissor, não aconteceu sob a luz da lua ou em um cenário dramático. Foi entre estantes de livros poeirentos, no coração do seu refúgio compartilhado, selado pelo tilintar suave da campainha da porta enquanto o vento da noite entrava.
Rich Harring havia encontrado, finalmente, a obra-prima que sua estante do coração reservava: um amor que não estava escrito em nenhuma página, mas que era vivo, respirante e inteiramente seu. E Elara percebeu que o melhor romance não era aquele que se lia, mas aquele que se vivia, uma página de cada vez.