Andy Rodrigues, Gael Kriok and Diego Mineiro tag team Sam Ledger

O amor de Andy Rodrigues e Gael Kriok era um segredo guardado a sete chaves no coração da cidade. Eles se encontravam nas horas mortas, nos intervalos entre os compromissos de Andy, um jovem empresário cuja vida era um cronograma, e a existência nômade de Gael, um artista que capturava o mundo através das lentes de sua câmera.
Seu refúgio era o apartamento de Gael, um caos organizado de fotos, rolos de filme e plantas que insistiam em sobreviver à negligência. Lá, longe dos olhares, Andy soltava a gravata e a postura, tornando-se apenas ele mesmo: um homem que ria alto e se deixava beijar com farinha no rosto, resultado das aventuras culinárias de Gael.
Mas todo refúgio tem suas brechas. A principal delas se chamava Diego Mineiro.
Diego era o melhor amigo de Andy, o irmão que a vida lhe deu. Eles haviam crescido juntos, dividindo sonhos, dores e as chaves de seus apartamentos. Diego conhecia cada sombra nos olhos de Andy, cada linha de tensão em seu rosto. E nos últimos meses, notara uma luz diferente, um sorriso que não era dele, da família ou do trabalho. Era um sorriso reservado, secreto, que pertencia a alguém.
“Você está diferente,” disse Diego uma noite, enquanto ajudava Andy a preparar uma apresentação importante. “É algo bom. Ou alguém.”
Andy hesitou. A verdade era um fardo pesado, não por vergonha de Gael, mas pelo medo de alterar a química perfeita da sua amizade com Diego. Mas os olhos de Diego eram sinceros, cheios de uma preocupação que vinha de uma década de cumplicidade.
“É alguém,” Andy admitiu, a voz um fio. “O nome dele é Gael.”
O silêncio que se seguiu foi o mais longo da história da sua amizade. Andy preparou-se para o pior – para o afastamento, para as perguntas difíceis, para o desconforto.
Mas a reação de Diego não foi nenhuma dessas coisas. Ele inclinou a cabeça, um leve sorriso surgindo em seus lábios.
“O cara da câmera que você mencionou naquela exposição? Aquelas fotos da chuva na praça? Ele é incrivelmente talentoso, Andy.”
O alívio que inundou Andy foi tão intenso que suas pernas fraquejaram. Diego não apenas aceitou; ele quis conhecer. Quis entender a pessoa que havia roubado o coração de seu melhor amigo.
A apresentação do encontro foi no mesmo apartamento cheio de plantas. Gael estava nervoso, arrumando e desarrumando as almofadas. Andy, um fio de nervos à sua espera. Diego chegou com uma garrafa de vinho e um sorriso fácil.
A noite fluiu como vinho tinto. Diego, com sua maneira descontraída e perguntas inteligentes, fez Gael falar sobre suas viagens, sua arte, suas paixões. Andy observava, o coração apertado de tanto afeto, vendo os dois pilares de seu mundo – o amor encontrado e a amizade de sempre – descobrindo uma linguagem comum.
No final da noite, quando Diego se despediu com um abraço apertado para Andy e um aperto de firme e respeitoso para Gael, algo novo havia nascido.
A partir daí, a história de amor de Andy e Gael não foi mais um segredo. Tornou-se uma trilha sonora compartilhada. Diego era seu maior defensor, o cúmplice que cobria para eles quando necessário, o crítico mais honesto das novas séries de fotos de Gael e o sócio mais barulhento nas comemorações das vitórias profissionais de Andy.
O amor deles não precisou de grandiosidade. Encontrou sua força na simplicidade de um café da manhã compartilhado, nas discussões sobre filmes tolos, no modo como a mão de Gael encontrava a de Andy no escuro do cinema, e no jeito como Diego entrava em suas vidas sem bater, trazendo pizza e a certeza de que pertenciam.