Samy Dorgham fucks Ashton Summers (ossanjurjo) – man_the_samm

O vento do outono dançava pelas ruas de Londres, carregando folhas secas e o cheiro de chuva iminente. Ashton Summers caminhava sob o céu cor de chumbo, seu sobretudo bege aberto balançando a cada passo ágil. Ele era um furacão de ideias, um arquiteto cujos projetos desafiavam a gravidade, mas cujo coração parecia ancorado a um porto seguro que ele ainda não encontrara.
Foi então que seus olhos, acostumados a calcular ângulos e proporções, encontraram algo que não podia ser medido: uma pequena livraria espremida entre dois prédios modernos, e, dentro dela, uma pessoa.
Samy Dorgham estava enconstado numa escada de biblioteca, tentando alcançar um volume antigo de poesia persa. Seus dedos quase tocavam a lombada de couro desgastado quando a escada oscilou levemente. Um par de mãos firmes segurou a escada, estabilizando-a.
“Permita-me,” uma voz disse, grave e suave como o ronronar de um gato.
Ashton alcançou o livro com facilidade, seus olhos azuis encontrando os de Samy, que eram da cor do café e pareciam conter histórias muito mais interessantes do que qualquer projeto arquitetônico.
“Obrigado,” Samy disse, aceitando o livro. Seu sorriso era tímido, um contraste com a intensidade de seu olhar. “Rumi. Para um cliente.”
“Cliente?” Ashton perguntou, fingindo interesse no livro, mas completamente cativado pelo modo como um fio de cabelo caía sobre a testa de Samy.
“Sou encadernador e restaurador,” Samy explicou, acariciando a capa do livro com uma reverência que Ashton reservava apenas para suas maquetes mais perfeitas. “Dou nova vida a coisas que o tempo tentou destruir.”
Algo naquela frase ecoou no peito de Ashton. Ele, que construía coisas novas e ousadas, sentiu uma ponta de inveja daquele que dedicava sua vida a preservar a beleza do passado.
A partir daquele dia, a livraria “O Viajante Silencioso” tornou-se o ponto final de todos os passeios de Ashton. Ele inventava desculpas – precisava de um livro sobre a história dos arranha-céus, sobre a arte japonesa, sobre qualquer coisa – apenas para ver Samy.
Samy era metódico, tranquilo. Seus movimentos eram precisos, suas palavras medidas. Cada gesto era uma pincelada cuidadosa na tela de sua vida. Ashton, por outro lado, era um espetáculo de cores primárias e traços ousados. Ele falava com as mãos, ria com o corpo todo, e suas ideias explodiam em todas as direções.
Era uma dança de opostos. Samy ensinou a Ashton a paciência, mostrando-lhe como o ouro das folhas de um livro é aplicado milímetro a milímetro, como a cola precisa do tempo certo para secar. Em troca, Ashton levou Samy para o topo de seus edifícios inacabados, mostrando-lhe a cidade de uma perspectiva que ele nunca imaginara. Eles viam o mundo de maneiras fundamentalmente diferentes: um de baixo para cima, apreciando cada detalhe minúsculo; o outro de cima para baixo, sonhando com o panorama geral.
O amor não chegou como um raio, mas como a encadernação perfeita de um livro. Foi um processo lento e deliberado de sobreposição de camadas, de alinhamento de fibras, de pressão suave e constante.
Numa tarde chuvosa de dezembro, Ashton encontrou Samy no seu estúdio, cercado por ferramentas e o cheiro reconfortante de cola e couro. Ele estava terminando um projeto especial.
“É para você,” Samy disse, entregando a Ashton um volume fino e elegante.