Drew Valentino and Zac Barrett fuck

O estúdio de Drew Valentino cheirava a terebintina e a sonhos adiados. As paredes, forradas com esboços de rostos etéreos e paisagens urbanas, testemunhavam décadas de dedicação a uma beleza que o mundo parecia cada vez menos interessado em comprar. Drew, de cabelos grisalhos precoces e olhos que guardavam a melancolia das tardes de outono, misturava cores em sua paleta, tentando capturar o tom exato do crepúsculo.
Foi naquele crepúsculo que Zac Barrett entrou, trazendo consigo o vento e o caos da rua. Ele era o oposto da quietude do estúdio: um corretor imobiliário cujo traje caro parecia um disfarce pouco convincente para a energia quase feroz que emanava de seu corpo. Seus olhos, de um azul elétrico, não se fixavam em um ponto só; vasculhavam o ambiente como se calculando seu valor de mercado.
— Senhor Valentino? Zac Barrett. Vim avaliar o imóvel — disse, a voz um choque na penumbra silenciosa.
Drew acenou com a cabeça, sem se virar. — A avaliação pode esperar. O pôr do sol, não.
Zac estacou, surpreso pela primeira vez naquele dia. Ninguém jamais adiara suas transações. Intrigado, ele se aproximou e viu a tela. Não era apenas uma pintura; era uma janela para a alma da cidade, com tons de púrpura, laranja e um azul profundo que prometia segredos.
— É… incrível — a palavra saiu mais suave do que ele pretendia.
Drew finalmente olhou para ele. E algo aconteceu. Naquele instante fugaz, o mundo utilitário de Zac colidiu com o universo atemporal de Drew. Era como encontrar uma cor que você nem sabia que existia, mas que, uma vez vista, se tornava indispensável.