Arno Antino and Ivan Fernandez fuck poolside – La Buena Vida, Puerto Vallarta

O aroma de café e baunilha era a trilha sonora constante da livraria “O Beco”, e era o cheiro que Ivan Fernandez associou à paz. Trabalhava entre as estantes de carvalho como um maestro, organizando clássicos e contemporâneos com uma reverência silenciosa. Sua vida era previsível, tranquila, e ele gostava assim. Até que um dia de chuva, a porta de sino tilintou de forma diferente.

Arno Antino entrou não como um cliente, mas como uma tempestade. Seu casaco estava encharcado, seus cabelos negros colados à testa, e ele carregava uma pasta de couro desgastada, não livros. Seus olhos, de um cinza quase prateado, varreram o ambiente até pousarem em Ivan.

“Preciso de um lugar seco e silêncio”, disse Arno, sua voz um baixo suave que contrastava com sua entrada dramática. “E, se possível, de um especialista em mitologia grega.”

Ivan, surpreso, apenas assentou e o levou até um canto reservado, entre Homero e Hesíodo. Arno era um escritor, descobriu Ivan mais tarde, à procura de inspiração para seu novo livro. Ele não lia os livros; ele os devorava com os olhos, e sua paixão pelas palavras era tão intensa e física que Ivan se sentiu, pela primeira vez, como um mero observador da própria vida.

Os dias se transformaram em semanas. Arno tornou-se uma presença constante. Ele ocupava a mesma poltrona de veludo verde, cercado por uma fortaleza de livros abertos. Ivan o observava, fascinado pela maneira como ele mordiscava a caneta quando pensava, pelo sulco que se formava entre suas sobrancelhas quando se concentrava.

A atração era um fogo lento. Começou com olhares roubados que se encontravam por acaso sobre as lombadas dos livros. Evoluiu para conversas sobre mitos e heróis, onde Arno falava com as mãos, seus dedos desenhando histórias no ar, e Ivan ouvia, perdido naquele universo que ele criava apenas com palavras. Ivan era a âncora, o porto seguro; Arno, o mar aberto, imprevisível e vasto.

O clímax chegou numa tarde quente. Arno fechou seu caderno de repente.

“Ivan”, chamou ele, sua voz séria. “Meu livro está quase pronto. E eu… eu não consigo escrever o final.”

Ivan se aproximou, seu coração batendo forte contra as costelas. “Por que não?”